Abstract

Sonhar e escrever. Assim, comecei este artigo, no qual as lembranças me transportaram em uma viagem metafórica ao mundo do cinema para refletir sobre Migração e Lusofonia, contemplando os intrincados caminhos do processo de identidade e alteridade. Com apoio metodológico da Autoetnografia e da Análise de Discurso da Escola Francesa, a construção discursiva representa desenho da vida de imigrantes tecida por fios de pertenças. Assim, o filme luso-brasileiro Terra estrangeira, como objeto simbólico de análise, representa o entrelaçamento entre o desencanto no Brasil do Plano Collor e a esperança de sujeitos fronteiriços em Portugal, lusófonos na busca da concretização de seus sonhos.

Highlights

  • Dreaming and writing it, that was how I started this article in which the memories transported me on a metaphorical journey into the world of the cinema to reflect about Migration and Lusophony, contemplating the intricate paths of the process of identity and otherness

  • No momento em que Paco toma banho para lavar a tristeza, a dor, a perda, inundando o banheiro do seu apartamento de classe média paulistana, o lugar de referência familiar; no suor do rosto de Paco, representando o seu esforço para afirmar-se profissionalmente como ator; na poça da calçada como restos: da chuva, do desânimo, da incapacidade de realização, da desilusão brasileira para com a redemocratização do país; nos encontros entre Alex e Paco, no Cabo da Roca, alusão à partida dos portugueses pelos mares; no barco encalhado na praia, significando que a água tanto pode libertar quanto aprisionar imigrantes, sejam lusófonos ou de qualquer comunidade

  • Em minha pesquisa do primeiro pós-doutorado sobre a identidade cultural dos imigrantes brasileiros em Portugal trabalhei com dois jornais portugueses de circulação nacional: Público e Jornal de Notícias, edições referentes aos meses de janeiro a dezembro de 2003

Read more

Summary

Introduction

That was how I started this article in which the memories transported me on a metaphorical journey into the world of the cinema to reflect about Migration and Lusophony, contemplating the intricate paths of the process of identity and otherness. Como “fato discursivo”, o texto fílmico trabalha a memória para a consideração dos elementos submetidos à análise, porque desperta lembranças de quem foi imigrante e ajuda a tecer consideração sobre identidade e alteridade como construção na relação com o Outro, o Diferente.

Results
Conclusion
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call