Abstract

O objetivo deste ensaio é discutir a inclusão de surdos em salas de aula de escolas comuns, à luz do ordenamento legal em vigor, que se encontra assentado em uma perspectiva educacional inclusiva. O estudo possui uma abordagem qualitativa com levantamento bibliográfico pertinente ao tema, com respaldo nos principais documentos da área da surdez a partir de 2002, percorrendo a oficialização da Língua Brasileira de Sinais (Libras) por meio da Lei 10.436 até 2014, por ocasião do ‘Relatório sobre a Política Linguística de Educação Bilíngue – Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa’. Dessa forma, propõe-se a apresentar a perspectiva de inclusão do Ministério da Educação (MEC) e da comunidade surda, as quais são opostas. As metodologias do bilinguismo e da pedagogia surda são apresentadas como propostas que respeitam a diferença linguística e cultural dos surdos e, consequentemente, proporcionam-lhes um efetivo processo de educação escolarizada,ao passo que a inclusão desses educandos nas mesmas salas de aula de ouvintes, com as mesmas estratégias metodológicas, tem ocasionado um número crescente de surdos analfabetos sem condições de evoluírem em seus estudos e em outros aspectos da vida. .

Highlights

  • The aim of this essay is to discuss the inclusion of deaf students in regular classrooms

  • which is supported by an inclusive educational perspective

  • qualitative approach study with bibliographical survey according to the topic

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Summary

Proposta bilíngue para a educação de surdos

[...] assim como para quem vive na miséria e está desnutrido não adiantam exames do aparelho digestivo, em busca de explicar por que não se alimenta, e sim intervir no contexto que o priva de alimentos [...] do mesmo modo, para enfrentar os mecanismos excludentes, precisamos intervir no sistema educacional, ampliando, diversificando suas ofertas, aprimorando sua cultura e prática pedagógica e, principalmente, articulando-o com todas as políticas educacionais. Em relação ao documento PNEI, a autora ressalta que, Embora a Política tenha sido tecida por meio de um discurso que busca uma aproximação com os princípios de educação bilíngue para surdos constitutivos do Decreto (aceitação da Libras nos espaços escolares e do ensino do português como segunda língua), a análise dos enunciados que a fundamentam, postos em diálogo com as propostas defendidas, mostra inconsistências e um olhar para a educação de surdos que não se desloca do plano discursivo, na medida em que se reproduz, na proposição das práticas inclusivas, o passado que excluiu as pessoas surdas dos processos educacionais/sociais. Considerando a possibilidade de criação de escolas bilíngues no Brasil, faremos, a seguir, a descrição das principais metodologias que poderão fazer parte dessas escolas

Metodologias que podem ser contempladas nas escolas bilíngues
Considerações finais

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