Abstract

Nas últimas duas décadas do século XIX, apontou-se frequentemente um atraso da poesia em espanhol em relação à de outros idiomas e nações, que espelharia, segundo os mesmos juízos, uma defasagem cultural mais abrangente ante os processos internacionais de modernização social e econômica. Dizia-se que a poesia espanhola estava anquilosada por uma excessiva obediência a autoridades caducas de sua própria tradição. Em 1894, o poeta espanhol Salvador Rueda publica El ritmo, um polêmico tratado poético que propõe uma revolução rítmica como remédio contra a anquilose do verso. Este artigo se dedica a apresentar e analisar as estratégias discursivas, empregadas por Rueda, para intervir nos rumos da cultura hispânica e as convergências e divergências de sua intervenção com os discursos de seu tempo, particularmente com a poética dos modernistas hispano-americanos, a quem a historiografia literária viria a atribuir pouco depois o mérito efetivo pela revigoração da poesia em espanhol na virada do século XIX para o século XX.

Highlights

  • In the last two decades of the 19th century, it was often held that poetry in Spanish had been lagging behind when compared to the poetry of other nations and languages

  • This paper aims to present and discuss 1) the discursive strategies used by Rueda to intervene in the course of the Hispanic culture; 2) the convergences and divergences of his intervention in relation to the current discourses of his time, particularly the poetics of the Hispanic-American Modernists, to whom literary historiography would soon attribute the real merit for revigorating poetry in Spanish by the turn of the 19 to the 20th century

  • Cidade do México, MX: Fondo de Cultura Económica

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Summary

André Fiorussi

Dizia-se que a poesia espanhola estava anquilosada por uma excessiva obediência a autoridades caducas de sua própria tradição. Em 1894, o poeta espanhol Salvador Rueda publica El ritmo, um polêmico tratado poético que propõe uma revolução rítmica como remédio contra a anquilose do verso. Este artigo se dedica a apresentar e analisar as estratégias discursivas, empregadas por Rueda, para intervir nos rumos da cultura hispânica e as convergências e divergências de sua intervenção com os discursos de seu tempo, particularmente com a poética dos modernistas hispano-americanos, a quem a historiografia literária viria a atribuir pouco depois o mérito efetivo pela revigoração da poesia em espanhol na virada do século XIX para o século XX. Palavras-chave: Salvador Rueda (1857-1933), modernismo hispano-americano, ritmo, versificação, poesia hispânica

Considerações finais
Um remédio contra a anquilose
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