Abstract

Este trabalho tem por objetivo tratar da relação dialógica entre sublime e grotesco na obra A obscena Senhora D, de Hilda Hilst, tendo por base sua condição de ficção contemporânea permeada por recondicionamentos da língua em sua performance no tempo não linear. Nesse sentido, utilizou-se dos estudos sobre o sublime, como conceito histórico e filosófico-literário, nas obras de Longino, Edmund Burke, Immanuel Kant, Victor Hugo e François Lyotard. Das questões referentes às discussões sobre o grotesco e sua interlocução com os caminhos do sublime, tiveram relevante importância os trabalhos de Mikhail Bakhtin e Michel Maffesoli - na relação poético-obscena da obra, debatida em conceitos convergentes, como obscenidade, erotismo, sagrado e profano. Dessas análises, concluiu-se que, em A obscena Senhora D, o sublime e o grotesco evidenciam-se num caráter multifacetado, contraditório, interlocutório e, por isso, não excludente: sedimentando o híbrido fluxo linguístico-imagético da literatura hilstiana.

Highlights

  • The present work aims to discuss the dialogical relationship between sublime and grotesque in the work A obscena Senhora D by Hilda Hilst, based on its status of contemporary fiction permeated by reconditioning of the language in its performance in the non-linear time

  • Esses e outros fatores nos levam a falar em transgressão quando nos reportamos à arte literária de Hilda Hilst: 1) ‘poesia’ que recupera e aprimora a chamada ‘geração de 1945’ com imagens-símbolos influenciadas por uma voz poética silenciosa e lírica, Hilda Hilst utiliza-se de estruturas tradicionais do poema - e não somente, construindo odes e sonetos, lirismo e melodia poética, numa cosmovisão mística que intertextualiza as vozes de Rainer Rilke e Nikos Kazantzakis; 2) ‘prosa’ filosófico-existencial que passeia pelo

  • Das máscaras em gritos obscenos ao encontro com o transcendente, Deus, um codinome para o sagrado/sublime, e não somente, torna-se o imperativo no percorrer de todas as coisas, por mais insignificantes que sejam: submerso na água por onde nadam os peixinhos, atrás do vão da escada, entre as frestas das janelas, em todos os lugares

Read more

Summary

Introduction

The present work aims to discuss the dialogical relationship between sublime and grotesque in the work A obscena Senhora D by Hilda Hilst, based on its status of contemporary fiction permeated by reconditioning of the language in its performance in the non-linear time.

Results
Conclusion
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call