Abstract
O presente estudo foi conduzido com o objetivo de veri-ficar a ocorrência de Listeria spp. em 50 amostras de carpaccio de carne bovina comercializados em bares e restaurantes do município de Niterói, Rio de Janeiro, e avaliar o perfil de resistência dos isola-dos aos agentes antimicrobianos utilizados no tratamento de infec-ções. Constataram-se que 20% das amostras obtidas de restaurantes e 35% de bares estavam contaminadas com Listeria spp. Dentre as espécies, L. welshimeri foi isolada com maior frequência (81,82%), seguida de L. grayi, (13,66%) e L. monocytogenes(4,55%), sendo o ágar Oxford o meio de plaqueamento mais eficiente para isolamento. Foi verificada a ocorrência de resistência dos isolados frente a todos os agentes antimicrobianos testados, exceto à tetraciclina, diante da qual 95,5% dos isolados apresentaram sensibilidade. A multirresistência foi verificada em 68,75% das estirpes analisadas. Desta forma, concluiu-se que o consumo de carpaccio de carne bovina representa risco potencial, constituindo um grave problema de saúde coletiva, especialmente devido à confrmação de estirpes patogênicas e resistentes aos principais agentes antimicrobianos utilizados no tratamento de listeriose.
Highlights
The present study was conducted to verify the occurrence of Listeria spp. in 50 samples of beef carpaccio sold in bars and restaurants; and to evaluate the resistance profile to antimicrobial agents used in the routine treatment of infections
Os produtos cárneos, particularmente aqueles que passam por maior manipulação, constituem um excelente meio de cultura devido à elevada umidade, ao pH próximo da neutralidade e à composição rica em nutrientes, favorecendo a instalação, a sobrevivência e a multiplicação de microrganismos capazes de provocar doenças, como Listeria spp., que se desenvolvem na carne estocada sob temperatura de refrigeração (Ordóñez, 2005; Mantilla et al, 2007)
As embalagens contendo as amostras foram acondicionadas em recipiente isotérmico contendo sachês de gelo em gel reutilizáveis, e encaminhadas ao Laboratório de Controle Microbiológico da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, onde permaneceram estocadas a 4oC até a realização das análises bacteriológicas em no máximo 24 horas após a colheita, respeitando os limites propostos pelo Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods (Midura; Bryant, 2001)
Summary
Foram coletadas aleatoriamente 50 amostras de carpaccio de carne bovina, em 20 bares e 30 restaurantes do município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, nas condições oferecidas ao pronto consumo, no período de 2011 a março de 2012. O estudo observacional foi delineado de modo transversal onde cada amostra correspondeu a um estabelecimento. Para a colheita foram utilizados utensílios sanitizados com álcool a 70% e as amostras de carpaccio, sem molhos e temperos, foram acondicionadas em embalagens plásticas estéreis (Bag Light® 001574) devidamente fechadas e identificadas. As embalagens contendo as amostras foram acondicionadas em recipiente isotérmico contendo sachês de gelo em gel reutilizáveis, e encaminhadas ao Laboratório de Controle Microbiológico da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, onde permaneceram estocadas a 4oC até a realização das análises bacteriológicas em no máximo 24 horas após a colheita, respeitando os limites propostos pelo Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods (Midura; Bryant, 2001)
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