Abstract

O presente artigo propõe uma leitura do conto “Atrás da catedral de Ruão” (presente na obra Contos novos), do autor modernista Mário de Andrade, a partir da análise da materialidade linguística do texto, especificamente o modo como as três “línguas”, a saber, o português brasileiro, o francês e a “meia-língua franco-brasileira” (ANDRADE, 2015), são utilizadas pelas personagens e pelo narrador, para ora encobrir, ora revelar a sexualidade da preceptora e de suas alunas. Propõe, também, a análise da transposição, pela personagem principal, Mademoiselle, de sua lisière (limite) do desejo sexual, por tanto tempo recalcado, rompendo os limites do socialmente aceitável e, especialmente, do racional, como um ato de desrazão, e não de loucura. Essa análise dialoga com o conceito de “Desrazão” do filósofo Peter Pál Pelbart (1993), que o contrapõe à Loucura, não aplicável à protagonista, e tem como pano de fundo conceitos da psicanálise freudiana.

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