Abstract
Este artigo busca abordar e reconstruir trajetórias sociais, educacionais e acadêmicas de licenciados e licenciadas no curso de Ciências Sociais da UFSC, partindo de um material de 12 entrevistas em profundidade com egressos do curso durante os anos 2000. Primeiramente, abordamos as diferen- ças quanto à dinâmica de “escolha” da licenciatura em Ciências Sociais entre entrevistados de diferentes origens socioeconômicas, atentando, conforme aponta a literatura, tanto para os “reajus- tamentos de expectativas” que podem conduzir a carreiras de menor prestígio social quanto para experiências de socialização singulares que inculcam, em alguns dos entrevistados, propensões e interesses específicos por nossa carreira. Posteriormente, discutimos algumas questões que foram indistintamente tematizadas por diferentes perfis socioculturais de entrevistados, entre elas, por exemplo, a temática dos “ganhos não materiais” que os entrevistados associam recorrentemente à formação em Ciências Sociais, a despeito das dificuldades de profissionalização reiteradamente afirmadas por eles.
Highlights
Familiaridade e naturalização da entrada no ES e na UFSCCom todos esses investimentos e sacrifícios parentais, sacramentados pelo acesso à educação privada, podemos nos perguntar como se dariam as eventuais tensões entre a escolha da carreira de CS, por parte dos entrevistados, e as disposições à ascensão social ou, ao menos, à estabilidade material por parte de suas famílias.
Econômicas, desdobrada, no momento em que a entrevistada obtém a bolsa parcial para o EM privado, em uma sequência de investimentos familiares em sua educação que tomam lugar a partir de então: Luísa relata gastos de até R$ 1.400,00 em livros e material didático na escola privada que ela passa a frequentar no EM, faz um cursinho pré-vestibular e também passa a cursar Inglês durante a faculdade.
Pouco tempo após sua graduação, a entrevista foi aprovada em um concurso para professora da rede pública de educação básica: ocupação que desempenhava no momento da entrevista
Summary
Com todos esses investimentos e sacrifícios parentais, sacramentados pelo acesso à educação privada, podemos nos perguntar como se dariam as eventuais tensões entre a escolha da carreira de CS, por parte dos entrevistados, e as disposições à ascensão social ou, ao menos, à estabilidade material por parte de suas famílias. Econômicas, desdobrada, no momento em que a entrevistada obtém a bolsa parcial para o EM privado, em uma sequência de investimentos familiares em sua educação que tomam lugar a partir de então: Luísa relata gastos de até R$ 1.400,00 em livros e material didático na escola privada que ela passa a frequentar no EM, faz um cursinho pré-vestibular e também passa a cursar Inglês durante a faculdade. Pouco tempo após sua graduação, a entrevista foi aprovada em um concurso para professora da rede pública de educação básica: ocupação que desempenhava no momento da entrevista
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