Abstract

Neste texto retorno ao problema de pesquisa da minha tese de doutorado defendida na década de noventa, qual seja, o do acesso aos bens estéticos, para a partir dele refletir sobre a oportunidade de sua presença nas discussões contemporâneas acerca do ensino da arte, em que conceitos como acesso, inclusão e cotidiano são reiteradamente veiculados. Para tentar dar conta daquele problema, dediquei-me a uma proposta de leitura de imagens, um desdobramento didático dos estudos semióticos de Ana Claudia de Oliveira e seus antecessores da École de Paris. Após 20 anos, busco retomar conceitos fundantes, tais como estético em relação à artístico e mesmo à noção de imagem. Assinalo os avanços dos renovados desenvolvimentos da semiótica discursiva pós-greimasiana, mas não renego as sínteses didáticas que o pensamento semiótico oferece.

Highlights

  • Muito antes de a questão do acesso, tornar-se uma palavra-chave para a aprovação de projetos que pleiteiam financiamento público e, até mesmo, um modismo, já me preocupava com a questão

  • Configura-se aí estratégica para trazer para a escola a realidade visual dos estudantes – como as imagens das suas camisetas, das capas dos cadernos, livros, os cartazes de filmes e eventos, a propaganda, em suas múltiplas possibilidades, os frames e sequências de filmes, vídeos, mais recentemente, as imagens dos games, da imagerie informatique da internet e dos aplicativos para dispositivos móveis, entre outros inúmeros apelos que se multiplicam hoje

  • No momento histórico em que a plasticidade se expande, inicialmente para a visualidade e, logo após, para todos os modos possíveis de se manifestar, em sincretismos que miscigenam uma ou mais linguagens, verbal, sonora ou outra, cabe a dúvida se estamos falando de linguagem visual ou de leitura do visual

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Summary

Um retorno e duas questões

Muito antes de a questão do acesso, tornar-se uma palavra-chave para a aprovação de projetos que pleiteiam financiamento público e, até mesmo, um modismo, já me preocupava com a questão. Projetos de pesquisa desenvolvidos por Sandra Ramalho e Oliveira como professora pesquisadora, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC): “Análise da obra Gráfica de Franklin Cascaes através da crítica genética - na cauda do Boitatá” (1995-1996), “Das imagens do cotidiano às imagens de museu: efeitos de uma abordagem semiótica no ensino de arte” (1997-1999), “TV ESCOLA: um estudo da utilização da imagem móvel no ensino de artes” (1999-2001), “Geometrando: caminhando no tempo com a geometria” (1999-2001), “Arte, estética do cotidiano e relações culturais” (2001-2002), “Relações intertextuais entre arte e moda: o clássico e o barroco” (2002-2004), “Arte Contemporânea: a visão dos professores e alunos do CEART” (2003-2003), “Intersemioses e transdisciplinaridade no ensino da arte - TRANSARTE I” (2004-2006), “TRANSARTE II - Transdisciplinaridade e Intersemioses no Ensino da Arte” (20062007), “Leitura de imagens fotográficas na escola wherà tupã-poty dja: um processo de análise identitária” (2006-2007), “TRANSARTE III - Transdisciplinaridade e Intersemioses no Ensino da Arte” (2007-2008), “Ritmo visual” (2007-2009), “TRANSARTE IV - Transdisciplinaridade e Intersemioses no Ensino de Arte” (2009-2010), “A edificação teórico-metododológica de Eric Landowski e suas possibilidades na abordagem da arte contemporânea” (2010-2012) e “Da dialogia às interfaces: um estudo de relações intertextuais e implicações educacionais em processos de interação por analogia” (2014-atual). Entretanto, nesse espaço de intersecção entre imagem, educação e semiótica não há como se descartar – por ser mais do que importante, necessário – o estudo do texto visual, verbal, sincrético ou outro, por ser inerente aos processos educacionais escolares

Leitura dos textos às práticas
Os possíveis caminhos de leitura no contexto da complexidade
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