Abstract
O presente artigo em seu interesse mais geral pretende estabelecer as diretrizes téoricas para a compreensão da relação entre ética e antropologia no pensamento de Kant. Contrariando uma determinada linha de interpretação dominante na pesquisa especializada sobre Kant, o presente artigo busca promover uma investigação de cunho histórico-filosófico, que contextualize no pensamento de Kant o momento em que três correntes filosóficas se entrecruzaram, ocasionando as linhas diretivas de seu debate tanto sobre o conceito de autonomia quanto sobre o de perfectibilidade, quais sejam: as filosofias de Hutcheson, Wolff e Rousseau. Nesta primeira parte, tematiza-se a discussão de Kant com Hutcheson e Wolff. De um ponto de vista mais específico, nesta primeira parte o presente artigo percorre as reflexões de Kant entre 1755 e 1764 com vistas a apresentar como se constitui no interior do pensamento kantiano a necessidade de se pensar uma relação entre ética e antropologia.
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