Abstract

Este ensaio visa compreender a obra poética de João Cabral de Melo Neto a partir do conceito de profundidade, de Maurice Merleau-Ponty, utilizado como chave hermenêutica. Respeitando a autonomia de imagens que não se traduzem em conceitos, a fenomenologia é mobilizada de forma a acompanhar a experiência poética em seu próprio teor heurístico. É neste sentido que as características da poesia de João Cabral aparecem e são analisadas, como a antilírica, a metalinguagem e o engajamento social. Apesar da afinidade temática com a poesia de Carlos Drummond de Andrade, que retira a poesia das coisas, a semelhança é apenas aparente. A poesia de João Cabral compreende o conceito de profundidade, que atua por camadas, graus ou níveis de sedimentação linguística. A profundidade resulta do exercício de escavação com palavras que adquirem espessura semântica. Efeito do trabalho de mineração poética, o valor das imagens é descrito a partir de certas palavras, sempre as mesmas, mas que reverberam sobre as demais. A fim de descrever o profundo, as palavras escolhidas para a análise são: pedra, faca, cabra e cão.

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