Abstract

O artigo discute a relevância da utilização de jogos no contexto do atendimento de crianças com dificuldades escolares. Estuda seu potencial como instrumento de observação e de intervenção sustentando-se em duas frentes de análise. Por um lado, examina as contribuições dos jogos de mesa à luz de pesquisas francesas neopiagetianas acerca dos impactos das novas tecnologias no desenvolvimento infantil. Por outro, articula essas discussões com dados oriundos de um Programa de Extensão Universitário destinado a crianças de 7 a 11 anos. O método contemplou a sistematização de 172 protocolos correspondentes a 35 participantes. Os resultados destacam as potencialidades do jogo como instrumento de intervenção, e constatam que o interesse e a persistência, por si sós, não garantem procedimentos satisfatórios na resolução de desafios cognitivos e socioafetivos, ao contrário do que afirma o discurso dos adultos, o qual insiste na falta de esforço e de atenção como causas para as dificuldades escolares.

Highlights

  • A psicologia genética (Inhelder & Cellérier, 1996), já evidenciou que o contexto lúdico permite analisar níveis de desenvolvimento cognitivo e socioafetivo considerando a criança na confluência do sujeito epistêmico e do sujeito psicológico

  • O estudo do Tangram evidenciou as relações operatórias que é preciso estabelecer entre as peças, sendo a paciência uma atitude necessária para agir e encontrar soluções dominando gradualmente sua geometria (Macedo, Petty & Passos, 2005)

  • O estudo dos efeitos de intervenções com jogos para crianças com suspeita de Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) comprovou melhorias nos seus procedimentos, salientando a importância das terapias não medicamentosas que considerem aspectos estruturais do desenvolvimento infantil, para além dos corretivos ou do treinamento que visam acalmar as crianças ou deixá-las mais quietas (Folquitto, 2013)

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Summary

Itens Restritivos

Início da tarefa Realização da tarefa Resolução de conflitos planejamento das ações, rapidez para começar, iniciativa, interesse inicial, coragem autonomia, segurança, análise dos meios, envolvimento, interesse geral persistência, autocontrole, enfrentamento do desafio, uso de diferentes estratégias, compromisso. Impulsividade, medo/receio, demora para começar, passividade, desinteresse dependência, insegurança, estratégias aleatórias, fuga/dispersão, desinteresse desistência, raiva/desconforto, não enfrentamento, repetição, falta de comprometimento integradora que tende à expansão do Eu. Esse postulado conduz o foco da intervenção na construção do si mesmo da criança, em detrimento dos procedimentos escolares de correção. O total de 1385 itens marcados foi sistematizado em planilhas de Excel calculando as porcentagens das categorias expansivas e restritivas. A análise qualitativa dos registros das pesquisadoras permitiu contextualizar e ampliar as marcações e os procedimentos singulares de cada participante tomando como referencial metodológico a análise de conteúdo (Castro, Abs, & Sarriera, 2011). Dessa primeira constatação, no entanto, foi preciso estudar a que faziam referência essas atitudes. Como consequência dessa indagação foram selecionados dois itens expansivos e dois restritivos para cada um dos três momentos da tarefa, totalizando doze. A Figura 1 mostra essa síntese da frequência percentual das marcações dos itens

Resultados e discussão
Findings
Considerações finais
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