Abstract

Frequentemente consideradas “enigmáticas” por críticos de arte e profissionais de museus, as exposições de Dahn Võ têm sido regularmente apresentadas de modo a construir uma “rede de relacionamentos” que, a princípio, parece difícil de decifrar. Tão enigmáticas quando suas próprias obras (feitas com artefatos que podem ser descritos como contraditórios entre si), suas exposições são organizadas com uma seleção eclética de peças que, de fato, parecem mal arranjadas. Este artigo se propõe a compreender este tema a partir dos cartões de visita de Danh Võ e dos materiais efêmeros de suas exposições. Argumenta-se que, em muitos casos, as ferramentas utilizadas pelo artista para anunciar suas mostras oferecem dicas valiosas, que nos ajudam a melhor compreender o processo de criação que o levou a propor esses arranjos não convencionais de obras de arte. Com foco em duas exposições representativas (Go Mo Ni Ma Da, em Paris, e Autoerotic Asphyxiation, em Nova York), o texto a seguir convida a abraçar um método de interpretação original e a reexaminar a maneira como a “rede de relacionamentos” acionada suas exposições foi analisada até o presente.

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