Abstract

Este artigo, situado na área da Linguística Aplicada, analisa os sambas-enredo de 2019 das escolas de samba cariocas Vila Isabel e Mangueira. A análise está afroepistemologicamente baseada na proposta do giro decolonial, especialmente nos conceitos de colonialidade do poder, do saber e do ser, de maneira que a perspectiva afrogênica possa ser um caminho para a construção de saberes desde dentro, suleados. Os resultados classificam os sambas-enredo em categorias opostas: a eurogênica e a afrogênica, indicando que as versões das narrativas contadas podem produzir discursos de silenciamento ou visibilizar o passado histórico através da reafirmação das identidades étnico-raciais.

Highlights

  • The present article, built upon Applied Linguistics, is a research of the 2019 samba-plots from Rio de Janeiro samba schools Vila Isabel and Mangueira

  • The research is afro-epistemologically based on the decolonial spin paradigm

  • be a way to build up knowings

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Summary

A LINGUÍSTICA APLICADA E O GIRO DECOLONIAL

A Linguística Aplicada (LA) tem se mostrado um campo dinâmico de investigação sobre a linguagem. Os teóricos do programa defendem que as categorias usadas para definir a modernidade ao mesmo tempo delineiam a coloniadade, ou seja, não mais o colonialismo, mas, os processos de construção social herdados do período colonial, portanto: La colonialidad es uno de los elementos constitutivos y específicos del patrón mundial de poder capitalista. Castro Gomes (2007), argumenta que o olhar colonial obedece um modelo epistêmico que continua sendo reproduzido em especial pela universidade, tanto em seu pensamento como em sua organização, garantindo a manutenção da colonialidade do poder, do ser, da natureza e nesse caso, principalmente do saber. O PM/C pretende, a partir do giro decolonial, desvelar as relações e construções sociais que perpetuam os modos de colonialidade (poder, ser, saber e natureza) e aqui, acrescentamos o da colonialidade da linguagem, como uma forma de ressignificar esses processos. Pesquisar questões que abrangem realidades da América Latina e, consequentemente do Brasil, como o processo de colonialidade, é uma forma de crítica e reflexão a esse processo e é também uma forma de exercitar a decolonialidade

PERSPECTIVA AFROGÊNICA COMO FORMA DE DECOLONIALIDADE E O SAMBA
SAMBAS-ENREDO 2019
Autor do enredo e carnavalesco
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