Abstract

Orientados pelo conceito de norma linguística e suas manifestações (COSERIU, 1962; ALÉONG, 2011), voltamo-nos ao estudo do processo da produção gramatical da língua portuguesa a fim de identificar os instrumentos de gramatização desse idioma, seu comportamento e características textuais e extratextuais. Para tanto, recorremos ao acervo online de bibliotecas de centros universitários no Brasil, Portugal, Angola e Moçambique compondo um corpus de 161 gramáticas. Entre outros, foi possível observar que, apesar de o início da produção de gramáticas dar-se em Portugal e se restringir ao país até início do século XIX, o Brasil apresenta-se como principal produtor de gramáticas desde o Séc. XIX. Por sua vez, os países africanos parecem estar ainda hoje à margem na produção gramaticógrafa da língua portuguesa. A pouca representatividade da autoria feminina e a pouco expressividade da abordagem descritiva na gramática escolar foram outros dados que nos ajudaram a refletir sobre a normatização da língua portuguesa e caminhos futuros para os estudos gramaticais. Essas e outras informações evidenciam que, além de esboçar os caminhos da gramaticografia do português, este estudo abre portas para abordagens futuras que permitam entender ainda mais como de deu o processo de normatização do português e quais demandas vigoram atualmente.

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