Abstract

A periodontite é uma enfermidade de alta prevalência que acomete indivíduos em todo o mundo, sendo a principal causa de perdas dentárias em adultos. Esta doença é causada pela interação dos patógenos periodontais presentes no biofilme dental com o mecanismo de resposta do hospedeiro, culminando em perda dos tecidos de sustentação. Estudos reconhecem que condições sistêmicas podem influenciar diretamente na progressão da resposta inflamatória periodontal. Dentre estas, destaca-se a gestação, a qual é caracterizada por alterações hormonais nos níveis de estrógeno e progesterona que podem exacerbar a resposta do hospedeiro frente ao desafio microbiano. Por outro lado, a presença de patógenos periodontais e das altas concentrações de mediadores inflamatórios, sobretudo de prostaglandina (PG) E2, no fluido crevicular de gestantes, possivelmente pode ocasionar interferências gestacionais de alta relevância, como o parto prematuro (PP) e baixo peso ao nascer (BPN). Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre a associação entre a periodontite, PP e BPN. Para tal, buscaram-se artigos científicos nos bancos de dados Scielo e Pubmed publicados nos últimos 12 anos. Foram selecionados 21 artigos de pesquisa científica pré-clínicas/clínicas, destes 17 corroboraram com tal associação, enquanto apenas 4 obtiveram resultados negativos em relação à esta combinação. Assim, pode-se observar que a presença da doença periodontal materna parece contribuir para o aumento significativo de nascimentos de bebês em PP ou com BPN, sugerindo, portanto, a possível inter-relação entre a doença periodontal e resultados adversos durante a gestação.

Highlights

  • O parto prematuro (PP) é um problema gestacional que acomete mulheres em todo o mundo e ocorre quando a gestação termina no período da 20a a 37a semana, ou seja, entre 140 e 257 dias a contar após o primeiro dia da última menstruação

  • Dentre eles estão o baixo nível socioeconômico, a higienização deficiente, a gravidez nos extremos etários de idade, como abaixo de 17 anos e acima de 35 anos, a desnutrição ou dieta desequilibrada, o baixo peso gestacional, o tabagismo, o consumo de drogas ilícitas e estresse psicossocial, bem como a história de partos prematuros prévios, a ruptura prematura de membranas, a infecção amniótica, as alterações hormonais, a incompetência cervical, os sangramentos genitais ocorridos no segundo e terceiros trimestres, as malformações fetais placentárias, o intervalo interpartal menor que 18 meses, o parto cesáreo, o excesso de líquido amniótico e as alterações placentárias[1]

  • Pôde-se concluir que a periodontite materna esteve associada a resultados adversos na gravidez, uma vez que foram encontradas taxas mais elevadas de PP (10%) e de baixo peso ao nascer (BPN) (20%) nas mães do grupo 2, em comparação ao grupo 1, onde essas taxas foram de 0%

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Summary

Revisão de literatura

Sheyla Paloma de Lemos Vieira[1], Marisa Lopes Lima[2], Samia Jéssica da Silva Tavares[3], Mariana Vasconcelos Guimarães[4]. Considerando que o PP e o BPN são complicações que podem trazer impacto social intenso e que podem ser influenciadas por situações inflamatórias crônicas, tal como a presença de periodontite crônica, o presente estudo trata-se de uma revisão de literatura que objetivou identificar o que os estudos de pesquisas científicas mais atuais têm a esclarecer sobre o assunto em questão, visando observar se os mesmos apontam, de fato, para uma inter-relação entre a periodontite crônica, PP e BPN. Para o desenvolvimento do presente estudo, foi realizada uma busca por artigos de pesquisa científica disponíveis nas bases de dados online Scielo e Pubmed, publicados entre outubro de 2005 e maio de 2017, utilizando as seguintes palavras/. Foram excluídos artigos de opinião sobre o assunto em questão

Processo inflamatório da periodontite crônica
Alterações gestacionais relacionadas à doença periodontal
Estudos de associação da periodontite com pp e bpn
Findings
Considerações finais
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