Abstract
O tema desse artigo é a gênese do processo de implantação do ensino de design no Rio Grande do Sul, tendo como referência o levantamento e análise de três iniciativas ocorridas na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FA-UFRGS). É um desdobramento de uma tese de doutorado a respeito da implantação do design em âmbito local. A investigação foi feita a partir de dados obtidos por meio de entrevistas, da coleta e análise de documentos e de pesquisa bibliográfica. Constatou-se que o debate ocorrido no ambiente acadêmico da FA-UFRGS ao longo da década de 1960 estimulou a emergência de iniciativas pioneiras do ensino de desenho industrial. No entanto, fatores conjunturais e institucionais dificultaram o êxito de sua implantação. A discussão pode contribuir na compreensão dos motivos que explicam porque a implantação do ensino de design foi tão tardia no Rio Grande do Sul.
Highlights
Esta pesquisa sobre a gênese da implantação do ensino de design no Rio Grande do Sul parte da reflexão sobre diferentes níveis de compreensão do conceito de desenho industrial nos cenários internacional, nacional e local
Cláudio Luís Gomes de Araújo inicia sua formação em arquitetura na UFRGS no curso de Arquitetura na Escola de Engenharia em 1950, portanto antes da fusão
Nelson Petzold: depoimento [maio de 2011] Entrevistadora :Maria do Carmo Curtis, Porto Alegre, 2011, Residência do designer
Summary
Cláudio Luís Gomes de Araújo inicia sua formação em arquitetura na UFRGS no curso de Arquitetura na Escola de Engenharia em 1950, portanto antes da fusão. A viagem a São Paulo propiciou visitar escritórios e empresas ligadas ao Desenho Industrial, como a Form-Inform e a FORMA, indústria vinculada à Knoll International, dedicada à fabricação de mobiliário assinado por arquitetos consagrados internacionalmente[8]; a loja Mobilia Contemporânea e as lojas das indústrias OCA e L’Atelier (ARAÚJO, 1967 apud MARQUES, 2016a). Sua atuação docente na FA-UFRGS inicia a convite de Araújo para integrar a disciplina Composição Decorativa em 1968 (WEIMER, 2004). Em relação à prática projetual, Weimer (2004, p.82) relata que foi contratado por Manlio Gobbi ao final dos anos 1960 para trabalhar numa pequena fábrica especializada em móveis de escritórios, em conjunto com os arquitetos Carlos Eduardo Warhlich e Armênio Wendhausen[13]. Dando continuidade à sua titulação acadêmica, cursou o Mestrado em História da Cultura (PUCRS, 1981) e o Doutorado em Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP, 1990)
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