Abstract

Nas últimas décadas tem ocorrido uma ampliação dos diagnósticos referentes aos transtornos e deficiências, principalmente no que tange ao público infantil. Esse aumento associa-se a modificações de critérios diagnósticos, ao avanço da produção diagnóstica no contexto escolar e à influência de interesses associados aos conglomerados da produção farmacológica descritos por estudiosos dessa temática. Este artigo se propõe a analisar a medicalização da vida infantil e a produção diagnóstica que se vincula aos processos de escolarização. Para tanto, apresenta-se um breve histórico a respeito da constituição do DSM, em sintonia com o debate acadêmico contemporâneo. Busca-se discutir como os engendramentos desse manual contribuem com a produção do que se compreende por inflação diagnóstica. A análise considera o processo de medicalização da vida no contexto infantil, com base em procedimentos que tendem a reduzir os fenômenos humanos a manifestações comportamentais que poderiam ser codificadas em dinâmicas que reafirmam o sujeito como centro da falta a ser corrigida.

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