Abstract
Avaliaram-se os períodos de latência e de duração do efeito do butorfanol associado à ropivacaína aplicados pela via peridural e a possibilidade de uso dessa associação como protocolo anestésico para realização de ovariossalpingo-histerectomia (OSH) em cadelas. Utilizaram-se 16 cadelas pré-medicadas com acepromazina e midazolam compondo dois grupos: no grupo 1 (n=8) aplicou-se ropivacaína isolada (0,3mL/kg) e no grupo 2 (n=8), butorfanol (0,1mg/kg) e ropivacaína (até o volume de 0,3mL/kg), pela via peridural. Consideraram-se nove momentos (M): M0 - animal sem anestesia, M1 - 15 minutos após medicação pré-anestésica; M2 - 30 minutos após a aplicação peridural; M3, M4 e M5 - correspondentes ao início do procedimento e ao pinçamento dos pedículos esquerdo e direito, respectivamente; M6 - ligadura da cérvix uterina; e M7 e M8 - início da laparorrafia e fim da sutura de pele, respectivamente. Foram avaliados os períodos de latência e ação do bloqueio, além da viabilidade de realização do procedimento cirúrgico por meio do bloqueio efetuado. O que recebeu ropivacaína + butorfanol apresentou sedação pronunciada e permitiu a realização de OSH em 75% dos animais, sem indução anestésica. Não houve diferença entre os grupos quanto aos períodos de latência e duração. A associação do butorfanol à ropivacaína proporcionou bloqueio anestésico compatível com a realização de OSH e período de latência curto, com duração de efeito suficiente para o procedimento cirúrgico.
Highlights
A anestesiologia veterinária busca, a cada dia, protocolos mais seguros, versáteis e com menos efeitos colaterais, a fim de melhor atender às necessidades dos pacientes e da equipe cirúrgica
Carvalho e Luna (2007) relataram que a região responsável pela inervação dos ovários pode ser bloqueada com doses altas de anestésico local ou pela associação deste a outros fármacos anestésicos
It was observed that the group receiving ropivacaine + butorphanol allowed the execution of OSH in 75% of animals without the need for anesthesia
Summary
O estudo foi realizado com 16 cadelas hígidas, adultas, de diferentes raças, com pesos entre 6 e 18kg, triadas junto à comunidade local e préselecionadas para realização de OSH eletiva. Após a aplicação da anestesia peridural (período de infusão padronizado = 1 minuto), mantinham-se os animais em decúbito esternal por 30 minutos, a fim de que houvesse distribuição bilateral dos fármacos. Foram considerados os seguintes momentos (M) experimentais: momento zero (M0) – animal sem anestesia; momento 1 (M1) – 15 minutos após a medicação pré-anestésica; momento 2 (M2) – 30 minutos após a aplicação peridural dos fármacos; momentos 3, 4 e 5 (M3, M4 e M5) – correspondentes ao início do procedimento cirúrgico e ao pinçamento dos pedículos esquerdo e direito, respectivamente; momento 6 (M6) – ligadura da cérvix uterina e momentos 7 e 8 (M7 e M8) – início da laparorrafia e fim da sutura de pele, respectivamente. Com relação ao período de latência dos fármacos, não foi observada diferença significativa entre os grupos quanto à perda do reflexo de esfíncter anal, da dor superficial, do tônus de cauda e do tônus postural (Tab. 1). Média erro-padrão da média do período de latência, em minutos, segundo os grupos para cada variável estudada, em cadelas
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