Abstract

Desde 2007, os preços dos alimentos sobem mais intensamente do que o conjunto dos preços ao consumidor no Brasil. O objetivo do trabalho é comparar a inflação de alimentos no primeiro semestre de 2020 com a de 2007 e 2019, verificando se houve mudanças em suas características e razões. Usam-se informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que permitem analisar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e seus componentes. Entre 2007 e 2019, preços da alimentação fora do domicílio expandiram-se mais que da alimentação no domicílio. Entre os componentes desta, os preços dos menos processados aumentaram mais do que os dos mais processados, indicando que a origem da inflação de alimentos foi agropecuária, com as carnes tendo grande contribuição para o fato. Por sua vez, no primeiro semestre de 2020, produtos sem comércio exterior significativo, feijão, arroz, frutas, legumes e verduras, pressionaram mais a inflação. Em todo o período, as condições de comércio exterior, preço internacional e taxa de câmbio, tiveram forte influência na inflação de alimentos. No primeiro semestre de 2020, entre as causas, ganhou relevância o aumento da demanda de alimentos nos supermercados, aparentemente não acompanhado pela expansão da oferta.

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