Abstract

O presente trabalho pretendeu examinar diferenças relacionadas ao sexo no fator g (inteligência geral) e em habilidades específicas em crianças de duas cidades brasileiras: Belo Horizonte e Porto Alegre. No caso da amostra mineira (n=1,316), a idade compreendeu entre 5 e 11 anos de idade examinada através de uma bateria de testes a qual incluiu instrumentos de inteligência (Raven, Escala Verbal WISC III, R-2, DFH), de avaliação psicomotora (Bender) e de desempenho escolar (TDE). No caso da amostra gaúcha (n=779), a idade compreendeu entre 5 e 11 anos, utilizando-se o teste Raven - Escala Colorida. A análise individual dos testes aponta que a maioria das diferenças nas habilidades específicas não é estatisticamente significativa. Na utilização do Método dos Vetores Correlacionados, uma análise mais sofisticada da inteligência geral, observa-se inexistência de diferenças de sexo. Tais resultados corroboram os registros internacionais sobre inexistência de diferenças cognitivas relacionadas ao sexo em crianças e adolescentes.

Highlights

  • Há, na atualidade, poucos temas que envolvem tantos debates acadêmicos e sociais como a existência de diferenças de sexo nas habilidades cognitivas

  • Ao considerar apenas os estudos dos países em desenvolvimento que utilizaram o Raven Geral, os meninos de 9 e 10 anos apresentaram médias mais altas

  • Embora pareça haver suporte para a posição defendida por Lynn, vindo também de medidas de eficiência neuronal (Neubauer & Fink, 2003), o panorama encontrado na infância é, ainda, muito difuso

Read more

Summary

Técnicas de Análises

Estimativa do índice d O índice d, ou diferença sigma (σ diff), constitui diferenças de sexo expressas em unidades de desvios padrões. Para estimá-lo, se identifica a diferença das médias dos grupos e logo se divide o valor obtido pela média dos desvios-padrões O índice d foi calculado para os testes DFH, R2, TDE, Bender aplicados na amostra mineira e para o Raven Escala Colorida da amostra gaúcha. Método dos vetores correlacionados O Método de Vetores Correlacionados (MVC) constitui uma técnica sofisticada criada por Jensen (1998) para comparar os vetores das cargas g de cada teste cognitivo para cada sexo com as diferenças padronizadas das médias dos grupos (índices d). Deve-se provar que o fator g extraído de cada teste é o mesmo para ambos os sexos. O MVC foi utilizado para os dados provenientes de oito testes cognitivos: DFH, Raven Escala Colorida e os seis subtestes da Escala Verbal do WISC III. Esses testes foram aplicados à escola de Ensino Fundamental da UFMG, sendo esta caracterizada pela alta heterogeneidade econômica e diversidade de procedência geográfica das crianças que a freqüentam, razões que permitem considera-la como aproximadamente representativa de Belo Horizonte (Colom & Flores-Mendoza, 2007)

Índices d de Testes Individuais
Feminino d
Média de g Média de d corrigido corrigido
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call