Abstract

Apesar da existência de diversos trabalhos apresentando resultados controversos ou métodos inconsistentes, a literatura continua afirmando relações de causa e efeito entre creche e adoecimento da criança. Assim, investigou-se a ocorrência de doenças em 109 prontuários médicos de crianças de classe média em função de seu ingresso na creche, através da verificação de mudança(s) no número de consultas e no número de doenças nos primeiros doze meses de freqüência à creche, quando comparados com os dois meses anteriores ao ingresso. A análise estatística foi realizada através do teste de Wilcoxon, considerando significativos os valores p d•0,05. A análise revelou que, na amostra estudada, não houve aumento de consultas nos doze meses após a entrada na creche, porém houve aumento significativo das queixas no 1°, 2° e 3° bimestres. Pode-se supor que a família e, principalmente, a mãe, quando diante do profissional, com suas concepções baseadas nos numerosos estudos científicos da relação creche/doença, apresenta mais queixas com relação à saúde da criança. Tais queixas, transformadas em diagnóstico de doença levariam à confirmação da predição médica. Contudo, para que se possa avaliar o real efeito dessa profecia auto-realizadora são necessários estudos complementares para testar essa hipótese.

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