Abstract

A incerteza tem sido evocada para justificar a dificuldade na tomada de decisão nos negócios e associada à diferença de desempenho entre as empresas, pois num mundo de certeza haveria alocação ótima de recursos e não haveria diferenças de lucro entre atores econômicos concorrentes. Assim, o entendimento da incerteza e como ela pode ser mensurada são relevantes para a teoria em Administração e esta é a proposta deste estudo. A definição de incerteza usada aqui é derivada da perspectiva não ergótica do mundo apresentada por Keynes e Knight no início do século passado e é entendida como fenômeno perceptual do indivíduo e descrita como a percepção da capacidade de prever a ocorrência de eventos futuros, a partir do estudo de ocorrências passadas. A pesquisa conduzida para testar a escala de mensuração ocorreu em duas fases; na primeira se discutiu em profundidade com quatro diretores do setor de TI o conceito de incerteza. A partir dos resultados desta fase e de estudos anteriores, se propôs uma escala de mensuração, na qual o construto foi operacionalizado em três dimensões, que são incerteza de estado, de efeito e de resposta, como proposto por Milliken (1987). A escala foi testada por análise fatorial confirmatória, com dados de uma amostra de 243 gestores de diferentes setores econômicos. Os testes estatísticos da escala foram satisfatórios

Highlights

  • Uncertainty has often been cited to justify difficulties in decision making in business and is associated with differences in the performance of competing firms because in a world of certainty, resource allocation would be optimized and there would not be rents variation among competing economic actors

  • Na análise das entrevistas ficou claro que a percepção dos gestores quanto aos antecedentes de incerteza se relacionam à atuação da concorrência, necessidades dos clientes, evolução tecnológica, fornecimento de insumos – produtos ou serviços e ao ambiente competitivo de forma geral

  • A amostra válida se caracterizou por empresas de setores variados, sendo composta por indústrias de transformação (31%), informação e comunicação (14%), atividades profissionais científicas e técnicas (14%), comércio (8%), indústrias extrativistas, agricultura e pecuária (7%), seguros e serviços relacionados (7%) e outras (19%); tal classificação foi feita segundo o Código Nacional de Atividade Econômica [CNAE] nível 2.0, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009)

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Summary

REFERENCIAL TEÓRICO

Para Keynes (1937, pp. 213-214) o termo incerteza não era usado para se “distinguir o que era sabido ao certo daquilo que é apenas provável”, pois “quando maior o lapso de tempo entre a decisão e sua consequência, mais provável que a decisão ocorra num ambiente de incerteza”. Os pós-keynesianos, com base em Keynes, sugerem que as distribuições de probabilidades não são suficientes para compreender o mundo em condições de incerteza, pois as experiências passadas dos tomadores de decisão não são preditoras confiáveis das consequências de ações correntes (Davidson, 1991). 17), não fazendo distinção entre risco e incerteza, enquanto a segunda corrente acha que as incertezas não são calculáveis, como defendem Knight e Keynes. Processos inconscientes de “intuição” e a deliberação lógica antecipam o futuro e a possibilidade de previsão; diferente dos pressupostos da competição perfeita que considera o conhecimento perfeito por parte de todo membro do sistema competitivo, Knight (1921) defende que um grande grupo de fenômenos econômicos é conectado com a imperfeição do conhecimento, pois o tomador da decisão não raciocina sobre conhecimento, mas julgamento, senso comum, ou intuição. As mudanças dinâmicas abrem espaço para uma forma peculiar de receita somente se suas mudanças e suas consequências são imprevisíveis

ESTUDOS QUE SE PROPUSERAM A MEDIR INCERTEZA
RESULTADOS DA PRIMEIRA FASE DA PESQUISA
Perfil do Executivo
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
VALIDAÇÃO DO CONSTRUCTO INCERTEZA PERCEPTUAL
Incerteza de estado estcons estamb
Validade e Confiabilidade Incerteza de Efeito
Validade e Confiabilidade Incerteza de Resposta
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
No Instrumento de Coleta de Dados
Nã o Concordo Concordo pouco Concordo Concordo muito Concordo totalmente
Findings
Resposta ressup
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