Abstract

Esse trabalho visa trazer a visibilidade aos embates envolvendo a adoção do livro Iris Classico (1859) de autoria do português José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha (1810-1879) que circulou em diferentes províncias brasileiras durante o século XVIII. A obra Orthographia portuguesa e missão dos livros elementares; correspondência oficial, relativa ao Iris Classico (1860), de 201 páginas, foi escrita por José Castilho para responder às críticas brasileira, que segundo ele, sua obra Iris Classico recebera. Dessa forma, abordando a temática da circulação de impressos em terras “d’aquém e d’alem mar”, esse artigo vislumbra analisar o engendramento de territórios, saberes, métodos em um contexto de internacionalização de ideias pedagógicas. Em tal impresso destinado aos alunos do ensino secundário brasileiro, estavam apresentadas discussões no campo da filologia, uma vez que o filólogo José Castilho estava na defesa pela língua vernácula e pelo purismo português, na contramão da “invasão da barbárie” dos “alienígenas” franceses. Tais adjetivos pejorativos utilizados pelo português para caracterizar as matrizes francesas no ensino da leitura e escrita no Império brasileiro denotam o espaço de embates, lutas e resistências presentes no campo da filologia brasileira Oitocentista, em um contexto de construção da língua nacional brasileira. Para fundamentar tais embates, serão abordados os trabalhos de Razzini (2000) que apresenta a obra Iris Clássico como antologia e o de Leite (2006), ao abordar e a concepção de purismo no campo da filologia como uma metalinguagem preocupada com o “bom português” no combate aos galicismos do escrito francês. Depara-se, portanto, com um campo envolvendo o ensino da língua minado por disputas e poderes que incidiam, inclusive, no território da autorização e circulação de impressos pedagógicos em solo brasileiro.

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