Abstract

O presente artigo procura traçar possíveis convergências da novela de Ghismonda (Decameron IV, 9) com o mito do Santo Graal e o sacramento da Eucaristia, baseando-se nos escritos de Le Goff, Charbonneau-Lassy e Camporesi, entre outros. No sacramento católico, Cristo oferece seu corpo e seu sangue aos apóstolos a fim de que, consumindo-os, entrem em comunhão com Ele na vida eterna, anunciando a base da escatologia cristã. Ghismonda, após ter bebido o sangue misturado ao veneno, que ela mesma derramara sobre o coração do amante assassinado pelo pai, entra em comunhão com Guiscardo, também para uma vida eterna, consumando aquele amor que fora interrompido pelo pai e indicando a “sua” escatologia. Os discípulos beberam o sangue de Cristo do Graal: Ghismonda bebeu o sangue de Guiscardo de um cálice de ouro. Coincidência ou alusão?

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