Abstract

A história de Iemanjá é extremamente rica e ambígua. Na África, a imagem deste orixá está relacionada à vida do povo nagô, que enfatiza sua qualidade de mãe de todos os orixás, de mulher sexualizada, de senhora das grandes águas. No Brasil, outros aspectos sobrevieram, apagando, inclusive, algumas características centrais dela, tal qual era compreendida. Na passagem da África para o Brasil, as narrativas acerca de Iemanjá se transformaram, principalmente ao serem incorporados aspectos de outras mitologias europeias e ameríndias. De fato, a narrativa dos mitos contém em si não apenas aspectos da mística de um povo, mas também um poder civilizatório, que é cosmológico, sociológico e pedagógico. Por isso, as narrativas podem ser compreendidas como engendradoras de identidade, visto que, o fato de narrar uma história, ficcional ou não, tem o poder de estruturar culturalmente um povo.

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