Abstract

RESUMO: O solo é o principal ambiente de ocorrência da maioria dos fungos e tem grande importância para suas atividades biológicas. Este habitat abriga especialmente fungos queratinofílicos, que fazem parte de um grupo de microrganismos capazes de produzir enzimas que degradam a queratina, destacando-se os dermatófitos, agentes de micoses em humanos e animais, sendo alguns responsáveis por infecções oportunistas. Com base no exposto, este estudo teve por objetivo detectar a ocorrência de fungos queratinofílicos em solo de recintos que abrigam mamíferos selvagens. Para isso, foram coletadas 395 amostras de solo do Parque Estadual de Dois Irmãos (PEDI), localizado na cidade de Recife - PE. As amostras foram processadas pela técnica de suspensão do solo e cultivadas em placas de Petri contendo Ágar Sabouraud Dextrose acrescido de cloranfenicol. A identificação dos fungos filamentosos foi realizada através de microcultivo em lâmina, baseando-se na observação de características macro e micromorfológicas das colônias. Como resultados, foram obtidas 233 Unidades Formadoras de Colônias (UFC), das quais 85 (36,5%) eram provenientes do solo que abrigava mamíferos da ordem Carnivora, seguido por 84 UFC (36%) em solo de mamíferos da ordem Primates. Em relação aos fungos identificados, observou-se uma maior ocorrência de Microsporum gypseum com 123 UFC (52,8%), seguido por Chrysosporium sp. com 28 UFC (12,0%) e Fusarium sp. com 10 UFC (4,30%). Animais que vivem em recintos contaminados podem ser portadores assintomáticos de muitas doenças fúngicas, atuando na transmissão para outros animais e seres humanos. Como forma preventiva, salienta-se melhoria nas condições higiênicas e de manejo.
 PALAVRAS-CHAVE: fungos, dermatófitos, micoses, animais selvagens.

Highlights

  • IDENTIFICATION OF KERATINOPHILIC FUNGI OBTAINED FROM SOIL IN WILD MAMMAL ENCLOSURES ARAGÃO, Alex Câmara; CALUMBY, Rodrigo José Nunes; OLIVEIRA, Jackelyne Soares de; SILVA, Juliane Cabral; ALBUQUERQUE, Isaac Manoel Barros; ARAÚJO, Maria Anilda dos Santos

  • O primeiro caso descrito na literatura brasileira sobre dermatofitoses em animais selvagens ocorreu em 1995, com a infecção de uma jaguatirica (Leopardus pardalis) pelo M. gypseum (COSTA et al, 1995)

  • RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas 395 amostras analisadas, foram obtidas 233 Unidades Formadoras de Colônias (UFC), das quais 85 (36,5%) eram Página | 2739 provenientes do solo que abrigava mamíferos da ordem Carnivora, seguido por 84 (36%) da ordem Primates, 30 (13%) Artiodactyla, 17 (7,3%) Xenarthra, 15 (6,4%) Perissodactyla e 2 (0,8%) da ordem Rodentia, conforme observado na figura 1

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Summary

Diversitas Journal

Volume 5, Número 4 (out./dez. 2020) pp: 2735-2745. https://periodicos.ifal.edu.br/diversitas_journal/ © Diversitas Journal. Identificação de fungos queratinofílicos obtidos do solo de recintos de mamíferos selvagens. RESUMO: O solo é o principal ambiente de ocorrência da maioria dos fungos e tem grande importância para suas atividades biológicas. Este habitat abriga especialmente fungos queratinofílicos, que fazem parte de um grupo de microrganismos capazes de produzir enzimas que degradam a queratina, destacando-se os dermatófitos, agentes de micoses em humanos e animais, sendo alguns responsáveis por infecções oportunistas. Este estudo teve por objetivo detectar a ocorrência de fungos queratinofílicos em solo de recintos que abrigam mamíferos selvagens. Foram obtidas 233 Unidades Formadoras de Colônias (UFC), das quais 85 (36,5%) eram provenientes do solo que abrigava mamíferos da ordem Carnivora, seguido por 84 UFC (36%) em solo de mamíferos da ordem Primates. Em relação aos fungos identificados, observou-se uma maior ocorrência de Microsporum gypseum com 123 UFC (52,8%), seguido por Chrysosporium sp.

MATERIAL E MÉTODOS Local de estudo e coleta das amostras
Isolamento e Identificação dos fungos
Findings
Não Identificados
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