Abstract

Baseado nas perspectivas semiótica e sistêmica e na abordagem dialógica do desenvolvimento humano, este estudo teve como objetivo compreender as configurações do self, ao longo de trajetórias desenvolvimentais de jovens, vivendo em condição de vulnerabilidade social. O self é entendido através da construção narrativa, como resultado da negociação de significados interpessoais e intrapessoais, dialogicamente, ao longo do tempo e do espaço. Três entrevistas narrativas com jovens, em diferentes contextos de formação (ONG, grupo de capoeira, Centro Sócio Educativo) na cidade de Salvador-BA foram selecionadas como casos exemplares. A partir de encontros com outros significativos e através da mobilidade das redes de significação, ao longo das transições desenvolvimentais, as narrativas dos jovens apontaram para possibilidades de ressignificação de eventos críticos e para a construção de novidade psicológica. Concluiu-se que através da experiência narrativa foi possível negociar as I-positions, reconfigurando o self dialogicamente e ampliando as perspectivas de futuro.

Highlights

  • Based on the semiotic and systemic perspectives and on the dialogical self approach, this paper analyzes the self configuration, through the developmental trajectories of young people living in social vulnerability conditions

  • Adolescente do sexo masculino, 17 anos, morador do subúrbio de Salvador, estudante da 9.a série do ensino fundamental de uma escola pública do bairro, é o único filho homem, mora com a mãe e o pai, tem uma irmã mais velha, que teve uma filha ainda adolescente e que hoje moram com eles

  • Morou com duas tias, uma irmã, que até então não conhecia e desde os 10 anos de idade já passou por várias instituições

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Summary

Trajetória de engajamento social

Adolescente do sexo feminino, 18 anos, moradora de um bairro popular de Salvador, é a filha mais jovem e reside com mãe, pai e irmão. A narrativa constrói-se como um diálogo interno, em que a jovem busca ressignificar antigas posições, a partir de um evento crítico que afetou o microssistema familiar: envolvimento de um irmão com uso de drogas e violência no bairro, forçando-a a reavaliar suas atitudes e favorecendo a mobilidade das posições do self, num movimento de posicionamento e reposicionamento. Aliado à nova rede social que vem sendo construída, marcou a negociação entre as posições: introspectiva, sociável, com a emergência de novos sentidos de si, percebidos como uma “explosão” pela família e pelos amigos, personagens com os quais dialoga nas suas narrativas. Pode-se sintetizar sua trajetória como de engajamento social, onde passa a exercer atividades no bairro e na cidade, através da poesia, gerando um maior reconhecimento de si no mundo, “jovem, mulher e negra”, favorecendo a sua autoestima e autodirecionamento, mediada pelas estruturas de oportunidade que se abrem no contexto imediato da ONG, estendendo-se para o mesosistema (família, comunidade). Isto implica em novas formas de ação e de reconhecimento social, novos conhecimentos sobre si e sobre o mundo, habilidades comunicacionais e relacionais, que atualizam o potencial do sujeito e introduzem novas formas de identificação, integrando novas posições ao self

Trajetória de Profissionalização
Trajetória de Circulação
Considerações Finais
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