Abstract

Este ensaio analisa a obra literária Apocalipse dos Predadores (AP), do escritor moçambicano Adelino Timóteo, numa perspectiva que cruza a literatura e outros saberes, a partir de uma abordagem desconstrucionista1. Para melhor se compreender o contributo que pode ser trazido por essas áreas diferentes da literatura, apresentam-se alguns elementos da História e da Antropologia de Moçambique, que permitem a apreensão de representações sócio-políticas e antropológicas nas estórias em AP. Compõem este texto as seguintes secções: uma breve introdução, a biografia do autor da obra em análise e uma revisão da literatura sobre o género literário de AP; uma caracterização Histórico-cultural de Moçambique, antes e depois da independência e a interpretação da obra à luz de elementos exteriores à literatura.

Highlights

  • Opresente texto surge da necessidade de contribuir para o debate sobre o tema “vidas/narrativas em trânsito: movimentos migratórios nas literaturas contemporâneas de língua portuguesa”, temática centrada na discussão de representações na literatura produzida no espaço da língua portuguesa

  • For a better understanding of the contribution of different areas of the literature, some elements of the History and Anthropology of Mozambique are presented in order to the apprehend the socio-political and anthropological representations through the stories in Predators Apocalipse (PA)

  • Na obra pode ser entendido muito além do ambiente em que ocorre, por ele sugerir, quase que como um acto de súplica, pela melhoria de toda desordem histórico-social narrada

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Summary

Introdução

Opresente texto surge da necessidade de contribuir para o debate sobre o tema “vidas/narrativas em trânsito: movimentos migratórios nas literaturas contemporâneas de língua portuguesa”, temática centrada na discussão de representações na literatura produzida no espaço da língua portuguesa. Puga (2006) menciona a agregação de elementos históricos ficcionalizados, que sugerem o contexto real; a abordagem a uma realidade do passado; a autorreflexionalidade do discurso; o diálogo do narrador com o leitor da obra; a descrição de monumentos; o questionamento da História oficial, repondo alguns factos, entre outros. Abordagem de acontecimentos passados; datas históricas; narração em terceira pessoa; referência a personalidades históricas – que não aparecem como protagonistas, mas são referidas a fim de legitimar determinados factos históricos, a narração de grandes crises da humanidade, etc. Em AP podem ser encontradas algumas das características acabadas de mencionar, a saber: elementos históricos ficcionalizados (que sugerem o contexto real moçambicano); a abordagem a uma realidade do passado; a narração da fragmentação das identidades das pessoas dessa sugerida sociedade; a indagação sobre História, reconstruindo-se alguns factos, entre outros aspectos. Mais adiante, no texto, abordados no contexto da explicação do modo como a História foi representada através das narrativas em AP

A História e a estória: contributo para a apreensão de representações
Representação da História: as estórias de fragmentação
Considerações finais
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