Abstract

As lesões coronarianas já foram relatadas em espécies de peixes anádromos, com características semelhantes às observadas em aterosclerose humana, mas não em peixes cultivados sem interferência de padrões reprodutivos. Objetivou-se descrever lesões coronarianas em beijupirá (Rachycentron canadum) criado em sistema offshore, em 54 exemplares coletados ao longo do cultivo de oito meses. Amostras de tecido cardíaco de alevinos e juvenis foram submetidas à análise histopatológica e à microscopia eletrônica de transmissão (MET), para visualização de lesões coronarianas, sendo as lâminas histológicas coradas pela técnica de hematoxilina-eosina, ácido periódico de Schiff, alcian blue e reticulina de Gomori. Exames realizados pela fotomicroscopia de luz evidenciaram lesões arteriais caracterizadas por hiperplasia das túnicas íntima e média de artérias coronárias em, respectivamente, 29,63% e 79,63% dos animais, com redução do lúmen arterial. Na MET, foram observadas alterações na estrutura das coronárias com espessamento do endotélio e membrana basal, proliferação de fibroblastos e fibras colágenas, com acúmulo de material lipídico subendotelial, resíduos celulares aderidos à membrana basal e vesículas pinocitóticas com presença de lisossomos isolados. Constatou-se que os peixes da espécie Rachycentron canadum criados em cativeiro desenvolvem lesão arterial do tipo crônica degenerativa inflamatória.

Highlights

  • Os processos degenerativos arteriais podem ser classificados em arterioscleróticos e ateroscleróticos, sendo a aterosclerose uma variante morfológica da arteriosclerose

  • Os tecidos foram submetidos à pós-fixação durante 90 minutos em tampão fosfato a 1% de tetróxido de ósmio de Millonig, seguida de séries crescentes de desidratação em etanol, e embebidos em resina araldite

  • Não foi possível identificar a etiologia da lesão aqui descrita em beijupirás, semelhantemente aos relatos de Prior et al (1968), que não conseguiram apresentar as etiologias das alterações coronarianas observadas em truta da Nova Zelândia, uma vez que se tratava de uma doença cardíaca mais avançada e calcificante, caracterizada por lesões que progrediram para dilatação vascular e formação de placas calcificadas no bulbo arterial, demostrando semelhança com a arteriosclerose em humanos

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

Os exemplares de beijupirás foram obtidos de cultivo offshore, situado a cinco quilômetros da costa, no estado de Pernambuco/Brasil. Após fixação em 10% de formalina tamponada, os tecidos foram cortados em blocos milimétricos de 1mm, em seguida imersos em fixador de Carson com cerca de 15 vezes seu volume, sendo posteriormente armazenados a 4oC até sua manipulação. A formulação da formalina tampão fosfato Millonig modificado seguiu o protocolo: 186g de di-hidrogenofosfato de ortofosfato de sódio (NaH2PO2H2O) e 4,2g de hidróxido de sódio (NaOH) adicionados e dissolvidos em 800mL de água destilada, sendo o volume final ajustado para 900mL com água destilada, e, por fim, foram adicionados 100mL de solução de formaldeído a 36%. Todas as amostras de tecido cardíaco foram lavadas por um total de três horas, fracionadas em três lavagens em tampão fosfato 0,12M de Millonig, pH 7,2, com 3% de sacarose. Os tecidos foram submetidos à pós-fixação durante 90 minutos em tampão fosfato a 1% de tetróxido de ósmio de Millonig, seguida de séries crescentes de desidratação em etanol, e embebidos em resina araldite. Os tecidos foram seccionados com ultramicrótomo e corados com acetato de uranila e citrato de chumbo para posterior exame em microscópio eletrônico (JEOL, JEM- T8, Japão)

RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Findings
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