Abstract

O estado de Rondônia abriga uma rica diversidade linguístico-cultural. Vinte e duas línguas originárias são faladas na região. Porém a situação de vitalidade dessas línguas reflete a situação mais geral das línguas originárias no país, as quais, devido a um longo processo de silenciamento, estão em avançado grau de obsolescência. Por outro lado, processos espontâneos de revitalização têm surgido, fomentando a busca pela retomada da aprendizagem da língua no contexto escolar. Neste artigo, a partir das experiencias de revitalização das línguas tradicionais dos povos Purubora e Sakurabiat, no estado de Rondônia, apresentamos algumas reflexões sobre o impacto de experiências de revitalização dessa natureza e os desafios encontrados nesse processo de retomada linguística, no contexto em que as línguas originárias funcionam ao mesmo tempo como segunda língua e língua de herança.

Highlights

  • The state of Rondônia is home to a rich linguistic and cultural diversity

  • More than twenty indigenous languages are spoken in the region

  • more general situation found in the country

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Summary

SILENCIAMENTO DAS LÍNGUAS MINORITÁRIAS

O nosso conhecimento atual da diversidade linguística no mundo dá conta de que existem entre 6000 a 7000 línguas faladas atualmente, sendo que o Brasil aparece como um dos países com uma rica diversidade, tanto em número absoluto de línguas quanto de famílias linguísticas representadas. Evidenciando como a vitalidade das línguas minoritárias se encontra ameaçada, utilizaremos informações das línguas originárias faladas no Estado de Rondônia, tendo como base dados coletados em um levantamento sociolinguístico, coordenado por nós, que abrangeu 26 etnias indígenas do referido Estado. Esses processos conduzidos pelos professores indígenas nessas duas comunidades se devem tanto a uma necessidade de atender à demanda curricular que inclui o ensino/aprendizagem de “língua materna”, como é referida a língua dos povos originários no currículo escolar oficial da Secretaria de Educação do Estado, quanto por uma vontade própria de recuperar um pouco do conhecimento tradicional que estabelece também uma identidade de pertencimento. Temos trabalhado ao longo dos anos com os Puruborá e com os Sakurabiat, com os quais desenvolvemos projetos de documentação linguístico-cultural, nas últimas décadas, que resultaram em diversas publicações, incluindo materiais de apoio ao ensino/aprendizagem das línguas tradicionais dos dois grupos (Galucio, 2001, 2005, 2006; Galucio, Sakyrabiar, 2004; Galucio, Aporeti, Puruborá, 2013)

EXPERIÊNCIAS DE RESGATE DA LÍNGUA E CULTURA SAKURABIAT NO CONTEXTO ESCOLAR
REVITALIZAÇÃO E ENSINO DA LÍNGUA E CULTURA PURUBORÁ
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
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