Abstract

No prefácio que escreveu à sua Filosofia do Direito, Hegel debate criticamente com seus contemporâneos e oferece uma das principais colaborações sobre o papel da filosofia e dos filósofos desenvolvidas na modernidade, defendendo a paciência como atributo indispensável ao fazer filosófico. O texto completa 200 anos em meio à pandemia de Covid-19, quando não apenas o vírus, mas também acaloradas contendas filosóficas se alastram em escala global. Em meio a esse cenário, a comemoração do bicentenário do prefácio traz à tona a pergunta: será que é possível filosofar no calor da hora? Motivados por esta questão, buscamos contrapor a leitura do texto hegeliano ao diagnóstico do tempo presente desenvolvido por Günther Anders, em suas “Teses para a Era Atômica”, a fim de refletir acerca do tempo adequado ao exercício filosófico e das dificuldades enfrentadas pela filosofia em momentos de emergência, quadro em que o coronavírus é apenas o mais recente episódio daquilo que Anders caracterizou como “Tempo do Fim”.

Highlights

  • In the preface he wrote to his Elements of the Philosophy of Right, Hegel critically confronts his contemporaries and offers one of the main collaborations on the tasks of philosophy and of philosophers developed in the modern era, defending patience as an unavoidable attribute for philosophical reasoning

  • The text celebrates its bicentenary in the midst of the Covid-19 pandemic, when the virus, and heated philosophical polemics spread on a global scale

  • Against the coronavirus outbreak backdrop, the preface's 200th anniversary raises the question: is it possible to do philosophy in the heat of the moment? Induced by this question, we seek to read the Hegelian text facing the diagnosis of present time developed by Günther Anders in his “Theses for the Atomic Age”, in order to reason about the proper time for philosophical reasoning and the difficulties faced by philosophy within a time of emergency, when the coronavirus is just the most recent episode of what Anders characterized as “End-time”

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Summary

Material e Métodos

Naquilo que diz respeito ao material utilizado neste trabalho, há duas fontes primárias por assim dizer: Hegel (2010) e Anders (2013). Ainda no método, procedeu-se à leitura imanente (CHASIN, 2009) como momento prévio à exposição dos autores e textos citados. 25), a análise imanente busca “apreender o texto na forma própria à objetividade de seu discurso enquanto discurso [...] que independe para ser discurso [...] dos olhares, mais ou menos destros, pelos quais os analistas se aproximam dele e o abordam”. 7), ou mesmo antes de criticar, “é incontornavelmente necessário compreender e fazer prova de haver compreendido” 25), justamente a isso se presta também a leitura imanente, produção e apresentação das provas necessárias de que se compreendeu o texto lido. Longe de se encerrar em si mesma, a leitura imanente é pensada como momento prévio e fundamental à interpretação e à crítica, momento parametrizador

Resultados e Discussão
Considerações Finais
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