Abstract
O Grupo Itararé, Neopaleozoico (Mississippiano-Pennsylvaniano) da Bacia do Paraná, está exposto em grande parte da faixa leste do Estado de São Paulo, predominantemente sobre rochas pré-cambrianas. As áreas aqui designadas Itu e Salto são notáveis pela abundância de registros glaciais, embora de natureza distinta. Este trabalho discute as feições glaciais presentes nessas áreas como subsídio para reconstruções paleoambientais, partindo-se de estudos prévios, e traz observações inéditas de uma frente sedimentar exposta por escavação na Pedreira Colonial. Na área-Salto, o destaque são as evidências de forte ação erosiva glacial, tais como, rochas moutonnées, só encontradas no Brasil nessa região, e pavimentos estriados, associados a tilitos, diamictitos e depósitos aquoso-glaciais que atingem até 8 m de espessura. Na área-Itu, destacam-se os espessos depósitos aquoso-glaciais e, subordinadamente, diamictitos e tilitos que podem alcançar até 300 m de espessura.
Highlights
THE ITARARÉ GROUP IN THE REGION OF ITU, STATE OF SÃO PAULO: INTENSE GLACIAL EROSIONAL AND DEPOSITIONAL PROCESSES
A partir da análise em subsuperfície de testemunhos de sondagem, identificaram no Estado de São Paulo os estratos mais antigos do Grupo Itararé (Formação Lagoa Azul), bem como suas maiores espessuras, que atingem 1.556 m na sondagem 2-LA-1-SP, em Oswaldo Cruz - SP
São verificadas dificuldades no entendimento das relações e correlações estratigráficas entre dados de superfície e de subsuperfície, em função de intemperismo e variação lateral de fácies e paleoambientes
Summary
Depósitos sedimentares relacionados ao resfriamento global durante o Mississippiano até o Pennsylvaniano, podendo eventualmente chegar ao Asseliano (LPIA – Late Paleozoic Ice Age), são conhecidos, praticamente, em todas as bacias do Gondwana, conforme sintetizado em FIELDING et al (2008), LOPÉZ-GAMUNDI & BUATOIS (2010), ISBELL et al (2012) e LIMARINO et al (2014). Desde o início do século XX, são conhecidas tentativas de divisão litoestratigráfica para o Grupo Itararé, com destaque para SCHNEIDER et al (1974), nos estados do Paraná e Santa Catarina, e FRANÇA & POTTER (1988, 1991), para toda a porção brasileira da bacia. A partir da análise em subsuperfície de testemunhos de sondagem, identificaram no Estado de São Paulo os estratos mais antigos do Grupo Itararé (Formação Lagoa Azul), bem como suas maiores espessuras, que atingem 1.556 m na sondagem 2-LA-1-SP, em Oswaldo Cruz - SP. Embora haja necessidade de contínua produção de dados, as datações modernas colocam idade permiana basal para a Formação Rio Bonito (unidade sobrejacente ao Itararé), e carbonífera para o Grupo Itararé, o que requer reavaliações sobre o significado da duração dos eventos glacial e de deglaciação na Bacia do Paraná, bem como das unidades bioestratigráficas relacionadas. Os registros geológicos da Pedreira Colonial, situada na área-Itu, são apresentados de forma inédita nessa contribuição, assim como material fotográfico de outras ocorrências
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