Abstract

O objetivo do artigo é investigar, com base na abordagem construcional de Traugott e Trousdale (2013) e na abordagem cognitivo-funcional de Bybee (2010), as construções verbo-nominais (VNs) com o verbo “deixar” no Português brasileiro, que resultam da associação de um verbo semanticamente leve com um sintagma nominal. A hipótese defendida aqui é a de que as construções VNs com este verbo exibem diferentes graus de esquematicidade, incluindo construções totalmente esquemáticas (abertas, em que os slots podem ser preenchidos por quaisquer elementos, como em: Vsuporte+SN) até aquelas as construções fechadas (de natureza substantiva, sem possibilidade de slots para preenchimento, como em: Deixar a peteca cair), passando pelas construções semiabertas (de natureza parcialmente esquemática, em que apenas alguns slots podem ser preenchidos lexicalmente, como em: Deixou uma imagem ruim). Essas configurações apontam, segundo Vieira (2014), para a existência de três tipos de construções VNs: (i) não-lexicalizadas; (ii) semilexicalizadas; (iii) lexicalizadas. Em vista do exposto, examinaremos as ocorrências dessas construções coletadas no Corpus do Português (DAVIS; FERREIRA, 2006), considerando a produtividade, em termos de frequência (BYBEE, 2003; 2010), e sua composicionalidade, para que, assim, possamos verificar a hipótese de que essas construções são decorrentes de dois processos distintos de construcionalização: a construcionalização gramatical e a construcionalização lexical.

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