Abstract

O trabalho apresenta uma leitura do romance de Guimarães Rosa de 1956 do ponto de vista de uma série de topoi desenvolvidos dentro da teoria da confissão e do testemunho: Riobaldo testemunha passagens de sua vida diante de um ouvinte/dos leitores. A violência do sertão, derivada em parte do jogo entre a anomia e a lei da força, desdobra-se nas angústias derivadas do amor impossível por Diadorim. Como em muitos textos de forte "teor testemunhal", a fragmentação da memória e a sua espacialização guiam o fluxo da narrativa. Constrói-se ao longo do livro uma "topografia da memória", que é lida como uma encenação de uma memória do trauma. Oscilando entre testemunho e confissão, o texto permite uma leitura do trabalho literário funcionando como a encenação de um teatro da memória da "catástrofe". O tema da relação intrínseca entre lei e violência, assim como o espetáculo do corpo em dor, também presentes no livro, são outras características de atos testemunhais. Apresenta-se também o elemento falocêntrico do testemunho e da confissão atuando no romance. Mostra-se como tudo fica muito mais interessante ao vermos estes topoi atuando dentro de um texto sofisticado de ficção, que também os transforma.

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