Abstract

O presente artigo busca discutir as análises de Michel Foucault sobre poder, resistência e subjetividade, desenvolvidas na segunda metade dos anos 1970. Para isso, nós tomaremos em consideração as diferentes formas a partir das quais ele divulgou seu trabalho (aulas, conferências, artigos, livros, etc.) e um conjunto de documentos de arquivo (manuscritos inéditos) do Fonds Foucault, adquirido recentemente pela Bibliothèque nationale de France. Primeiramente, o artigo analisará a atitude ética e política que leva Foucault a desenvolver uma nova e complexa análise do poder, sobretudo por meio da sua relação com a questão da liberdade e do seu uso dos conceitos de “governamentalidade” e de “crítica”. Em seguida, nós exploraremos manuscritos inéditos sobre a questão da “direção de consciência” e do “governo das almas” na era das reformas. Esses textos mostram seu interesse progressivo, no meio dos anos 1970, pela história moral e política do cristianismo. Demonstraremos, in fine, que é no seio de genealogias complexas que remontam à teologia cristã que Foucault encontra uma nova maneira de pensar a relação a si mesmo como uma possibilidade aberta de conflito e de liberdade.

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