Abstract

Este artigo discute a Educação de Pessoas Jovens e Adultas – EJA – em espaços de privação de liberdade, em diálogos com os campos teóricos de gênero e currículo. Tal discussão apoia-se na apresentação dos dados de uma pesquisa realizada em três instituições prisionais tipicamente femininas do Estado de Minas Gerais e coletados por meio de questionário aplicado a 137 mulheres, entrevistas realizadas com 10 alunas de uma dessas instituições e com 02 pedagogas responsáveis pelo acompanhamento da experiência educativa escolarizada oferecida às mulheres nas instituições em que se configurava a oferta, além da análise dos projetos pedagógicos das propostas de escolarização implementadas pelas instituições. Os dados confirmam a prevalência, nessas instituições, de mulheres jovens, que vivem a condição de provedoras; são mães e possuem baixa escolaridade. A análise das experiências vivenciadas pelas mulheres nas escolas das instituições pesquisadas revela o silenciamento no currículo, de temas relativos às suas próprias vidas, e a reprodução dos modos de funcionamento da prisão na escola, bem como a universalização e infantilização dos sujeitos da Educação de Pessoas Jovens e Adultas. A análise dos dados conduz à consideração da complexidade das relações entre gênero, sistema prisional e educação de pessoas jovens e adultas que se explicita nas desigualdades de gênero historicamente instituídas e nas desigualdades educacionais.Palavras-chave: Gênero; Instituição Prisional; Currículo; EJA.Agência de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq

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