Abstract
Este artigo analisa as convenções simbólicas que, na extremidade leste do reino de Portugal dos espaços asiáticos, deram forma às práticas de escrita no âmbito de uma monarquia de perfil confessional. Explora-se uma reflexão acerca da construção de categorias identitárias através de tópicas de nobreza/fidalguia e de limpeza de sangue.
Highlights
Resumo: Este artigo analisa as convenções simbólicas que, na extremidade leste do reino de Portugal dos espaços asiáticos, deram forma às práticas de escrita no âmbito de uma monarquia de perfil confessional
No novo templo de virgens cristãs, uma menina de quatro anos, recém-chegada do Reino da Pérsia provavelmente a armênia citada por Santa Anna em um dos seus últimos escritos de 1637 - servia de elo entre os dois espaços de missão agostinha no Oriente
Lembremos da passagem de João de Barros, na segunda década, que narra a descoberta de uma cruz de ferro em Goa: “E segundo alguns sinais que se acharam nela depois que a ganhamos, parece que em algum tempo foi povoada de cristãos: um dos quais foi achar-se um crucifixo de metal andando um homem desfazendo os alicerces de umas casas, que Afonso de Albuquerque dali mandou levar com solenidade de procisão à Igreja, e depois o enviou a el rei dom Manuel como sinal que já em algum tempo aquela imagem recebeu ali adoração.”
Summary
Resumo: Este artigo analisa as convenções simbólicas que, na extremidade leste do reino de Portugal dos espaços asiáticos, deram forma às práticas de escrita no âmbito de uma monarquia de perfil confessional. Frei Diogo de Santa Anna (1571-1644), religioso que pertenceu à Congregação da Índia Oriental da ordem dos eremitas de Santo Agostinho da ramificação provincial de Portugal, foi o pivô, na década de 1630, de um conflito deflagrado pelo Senado da Câmara de Goa contra o Mosteiro de Santa Mônica, a primeira casa conventual de freiras no Índico, em que respondia pelas funções de administrador e confessor. Este artigo busca colocar em relevo as convenções simbólicas que, na extremidade leste do reino de Portugal dos espaços asiáticos, deram forma a práticas de escrita no âmbito de uma monarquia de perfil confessional, atenta a valores e crenças do amor a Deus, em que adquiriu proeminência o léxico católico do governo subordinado à noção de caritas, firmado por objetivos, sobretudo, sacramentais..
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