Abstract
Motherhood is a process that brings numerous transformations and challenges to women, but when it comes from a pregnancy that is a result of sexual violence, it becomes even more complex. In this study, the development of motherhood in a woman victim of sexual violence with a newborn child was investigated. The 25 year-old patient participated in a program for victims of violence in a public hospital in an urban center. An interview was conducted with a semi-structured script, and the view of the bio-ecological model was used to analyze the information obtained. The results showed a family micro-system that was compromised and dysfunctional, and aspects of violence re-edited in the family’s transgenerational dynamic. Proximal processes point to the personal effort in establishing a mother-child relationship, even if the support network remained fragile. Very intense feelings were identified regarding the aggressor as well as a need to invest in the reduction of suggestive symptoms of Post-Traumatic Stress that still perpetuate persecutory aspects faced by the victim. There are, however, defined maternity projects and actions of the mother that make her resilient trajectory clear, even if very small. Future studies are indicated, suggesting possible strategies and psychological interventions with this public.Keywords: bio-ecological model, sexual aggression, pregnancy.
Highlights
A maternidade é compreendida como um desafio para a maior parte das mulheres, ainda que a cultura a interprete como inerente ao gênero
The results showed a family micro-system that was compromised and dysfunctional, and aspects of violence re-edited in the family’s transgenerational dynamic
Ao mudar-se para a casa de outra família, percebe esse ambiente como integrante de sua rede de apoio social e afetiva, mas, por não ter tido a oportunidade de ressignificar a violência sofrida, naturaliza-a e a tolera na forma como internalizou papéis e o poder assimétrico em suas vivências
Summary
A gravidez decorrente de violência sexual traz uma série de complexos impactos sobre a maternidade. Investigou-se uma mulher vítima de violência sexual com um filho recém-nascido, com o objetivo de identificar os principais impactos psicológicos no desenvolvimento da relação mãe/bebê nessa situação adversa. A participante, de 25 anos, era atendida em um programa voltado às vítimas de violência em hospital público de centro urbano. A pesquisa de natureza qualitativa teve como instrumento a entrevista com roteiro semiestruturado e a análise das informações foi realizada adotando-se como referencial teórico o modelo bioecológico de Urie Bronfenbrenner. Embora tenha sido constatado esforço pessoal no estabelecimento da relação mãe e filho, a rede de apoio permaneceu frágil. Foram identificados sentimentos ambivalentes com relação ao agressor e uma necessidade de investir na redução de sintomas sugestivos do Transtorno do Estresse PósTraumático, representados por sentimentos persecutórios enfrentados pela vítima.
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