Abstract

Este artigo reflete questões emergentes da investigação sobre as configurações de género nos regimes prisionais, desde a década de 1950 até à atualidade, que tomou como ponto de partida duas prisões femininas em Portugal. A análise das configurações de género nos regimes prisionais, através da etnografia feminista em ação, evidenciou a reprodução da carceralidade assente em três linhas de força: a cultura patriarcal do castigo e a prisão; os regimes prisionais e a carceralidade de género; e o continuum carcerário e a geografia carcerária. Argumenta-se que as causas e os efeitos da prisão penitenciária, ao longo do tempo, apesar de algumas variações, têm-se mantido mais ou menos estáveis, alimentando a reprodução da carceralidade que gera a produção de subjetividades criminalizadas e a manutenção do statu quo masculino branco, legitimando o poder do Estado e das elites políticas e económicas capitalistas na gestão heteropatriarcal e colonial da vida.

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