Abstract
O objetivo deste texto é analisar as relações da África do Sul com seu entorno regional desdeo fim do apartheid, problematizando a noção de que os governos do Congresso NacionalAfricano (ANC) praticam uma política subimperialista. A análise se apoia em documentose entrevistas realizadas na África do Sul, Zimbabwe e Zâmbia. Inicialmente, é apresentadauma visão geral das relações da África do Sul com seus vizinhos, evidenciando a assimetriaque as caracteriza. A seguir, é discutida a tentativa malograda do presidente Thabo Mbekide liderar um renascimento africano sob a égide da Nepad, e seus desdobramentos.A terceira seção enfoca a África Austral, examinando as consequências da expansão mercantilsul-africana em Zimbábue e Zâmbia. Na sequência, discuto, a partir de entrevistas, se essaexpansão corresponde a uma estratégia determinada dos governos da ANC. Nas reflexõesfinais, avanço a hipótese de que, embora constate-se uma assimetria nas relações da Áfricado Sul com seus vizinhos, as debilidades e contradições do Estado e do próprio capitalismosul-africano limitam sua possibilidade de atuação. Como resultado, a expansão regional denegócios sul-africanos se dá à despeito de qualquer estratégia estatal, o que enseja repensara caracterização desse fenômeno como um subimperialismo.
Highlights
This text analyzes South Africas relations with its neighbors since the end of apartheid, questioning the understanding that African National Congress (ANC) governments have pursued subimperialistic policies
O esteio econômico dessa política foi o apoio à internacionalização de grandes empresas de capital nacional ou sediadas no país, entendidas como vetores do desenvolvimento capitalista nacional: a política das “campeãs nacionais”
Zambia Institute for Policy Analysis and Research (ZIPAR)
Summary
Quando a África do Sul se juntou aos países BRIC em 2011, muitos apontaram que esse recrutamento não correspondia a critérios estritamente econômicos, mas envolvia considerações de outra natureza, principalmente geopolítica. Enquanto 3/4 das exportações sul-africanas para o resto do mundo envolvem minerais, no comércio com o continente o país exporta manufaturas: 86% das exportações industriais da África do Sul tem como destino a África e, dentre essas, 70% são absorvidas pelos países mais próximos – o chamado BNLS: Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia, que integram, com a África do Sul, uma das mais antigas uniões aduaneiras do mundo, a South African Customs Union (SACU). O país se integrou à SADC, constituída nos anos de 1980 pelos Frontline States com o objetivo original de justamente contornar a dependência econômica da região em relação à África do Sul. Entretanto, no início do século XXI, a política externa sul-africana adotou um escopo mais abrangente, orientando-se para o continente como um todo
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