Abstract
As cidades fronteiriças dos Estados Unidos e do México são geralmente definidas como multiculturais e cidades transnacionais relativamente recentes, as quais se afastaram apesar de seu passado histórico comum. A política de fronteira, que começou efetivamente durante a administração de Eisenhower, parece favorecer outras diferenças. Cidades fronteiriças, assim como a (construção) da identidade de seus habitantes – estejam eles de passagem ou não – agora parecem mudar mais drasticamente. O presente artigo analisa como o documentarista Phillip Rodriguez traduz o imaginário urbano e as mudanças etnográficas para as telas, especialmente em Mixed Feelings: San Diego/Tijuana (2002) e Los Angeles Now (2003). Será dada muita atenção às estratégias multimodais e outras práticas discursivas, assim como para o dominante uso da Língua Inglesa e ao enfoque de alguma forma enviesado dos atores sociais envolvidos na zona de fronteira. Nós argumentamos que, em seu retrato das cidades fronteiriças, Rodriguez convida sua audiência a considerar essas cidades a partir de uma perspectiva do norte, desejando representar mundos multifacetados e conectados, enquanto se visualiza espaços duais e divididos. Procuramos, dessa forma, responder a questão de em que medida o discurso nas cidades fronteiriças enriquece o polissistema socio-cultural em termos de transmissão de conhecimento e dos efeitos relacionados às experiências de vida em fronteiras urbanas.
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