Abstract

La fièvre d’Urbicande, história em quadrinhos desenhada por François Schuiten e escrita por Benoît Peeters, gira em torno de um fenômeno inexplicável: o surgimento de uma estrutura formada por cubos vazados que se reproduzem e crescem até cobrir a cidade imaginária de Urbi­cande, planejada de acordo com a visão utópica de uma cidade racional, bela e simétrica. Essa estrutura em forma de rede tridimensional acaba por afetar profundamente a vida dos habitantes de Urbicande e põe em cheque o governo autoritário que os controla. Ao transformar as formas de convivência dos habitantes da cidade e estabelecer novas conexões entre eles, a misteriosa estrutura pode ser vista como a encarnação de um desejo utópico alternativo, que se configura como um excesso em relação à ordem vigente da cidade. A rede é essencialmente ambígua: ao mesmo tempo construto artificial e organismo vivo, sólida e intangível, ela se apresenta como um objeto de significado indefinido que estabelece conexões e promove a circulação, se aproximando de visões contemporâneas de utopias pós-humanistas. Por outro lado, preserva valores humanistas, como a noção da essência de um espírito humano. Este artigo discute as tensões geradas pelo confronto entre essas duas visões que a narrativa de La fièvre d’Urbicande tenta conciliar, e sua relação com projetos utópicos mais tradicionais.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.