Abstract

Analisarei o romance Um Diário do Ano da Peste de Daniel Defoe como sendo um experimento mental que nos fornece prescrições consistentes sobre como agir em tempos de pandemia. Para mostrar que obras de ficção não possuem apenas valor estético, mas também um caráter cognitivo, defenderei o cognitivismo crítico e sustentarei desse modo que os ganhos cognitivos que temos a partir de uma obra de ficção acontecem em uma reflexão posterior à experiência imediata com a obra. Em seguida, argumentarei que a ficção possui uma vantagem heurística frente à filosofia e às ciências, pois uma narrativa ficcional fornece ao espectador uma perspectiva privilegiada dos fatos ou dos pensamentos de uma personagem. Essa perspectiva pode sensibilizar o espectador e fazê-lo ter empatia pela personagem que sofre; e isso pode funcionar, em tempos de pandemia, como uma defesa das medidas de prevenção, a exemplo do isolamento social.

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