Abstract
Parece-nos necessário um exercício de aproximação ao aspecto cênico da obra de Fiama Hasse Pais Brandão a partir da manifestação de uma crença no caráter performático da voz poética, traço percebido tanto em produções pertencentes ao universo teatral quanto em seus poemas. Nesta incursão à qual nos lançamos, a relação entre poesia e teatro ou poesia e drama é tomada a partir da leitura da estrutura de uma “recitação poética” incluída no livro de estreia da autora, Em cada pedra um voo imóvel (1958), intitulada “Luar e sal”. Neste primeiro momento de sua escrita, o que vemos é a aposta num “teatro da voz” – como Jorge Fernandes caracterizará a sua poesia em Cenas vivas (2000) –, promovido pelo minimalismo do gesto e pela redução do espaço cênico ao eco das falas dos diversos personagens. Dessa forma, no livro de 1958, a "ceno-grafia" se mostra uma primeira maneira de alçar o poema à qualidade de lugar, como apontará Eduardo Prado Coelho, quando sugere que “Poesia 61” formulará uma “concepção topológica do texto como lugar onde o sentido se produz” (1976, p. 265).
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have
Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.