Abstract

Festas populares são experiências coletivas que expressam a identidade de uma comunidade, de uma sociedade, de um povo. Elas se perpetuam em forma de tradição e se renovam na dinâmica cultural em permanente contemporaneidade. Os conhecimentos existentes sobre as festas populares são multidimensionais: dimensão religiosa, cultural, simbólica, econômica, política, entre outras. Todavia, sabemos pouco sobre sua dimensão organizativa. O objetivo desse artigo é mergulhar no universo das festas populares, em particular nas festas de Salvador, para discutir uma concepção de gestão pautada pela prática da negociação de sentidos - entre os diferentes organizadores da festa - que move a dinâmica identitária. Pensar as festas populares a partir dessa chave interpretativa significa um movimento duplo: de um lado, conhecer a lógica organizativa que explica o florescimento das festas populares e, de outro lado, ampliar nosso entendimento sobre a gestão desse tipo de fenômeno organizacional.

Highlights

  • As festas populares na Bahia: dinâmica identitária na organizaçãoNa Bahia, as festas populares são intensas, abundantes, plurais, sincreticamente diversas, historicamente antigas

  • As festas intrínsecas à história da humanidade se apresentam em múltiplos formatos, funções e espaços

  • Para explorar essa dinâmica identitária e suas repercussões em termos de gestão, nos concentraremos nas festas populares de Salvador, Bahia

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Summary

As festas populares na Bahia: dinâmica identitária na organização

Na Bahia, as festas populares são intensas, abundantes, plurais, sincreticamente diversas, historicamente antigas. A cidade não tem apenas uma data ou evento de celebração da sua identidade, mas um calendário de cerca de três dezenas de festas, espalhadas por todo o ano, cujo destaque é, sem dúvida, o chamado de Ciclo de Festas de Largo que começa em dezembro e segue até o carnaval, durante praticamente três meses. Essa multiplicação de procissões e festas religiosas foram agregando, no seu contexto, camadas da população que de uma ou de outra forma interferiram na sua ritualística original, introduzindo elas próprias elementos que um dia convencionou-se chamar de profanos para estabelecer uma clara diferenciação entre os propósitos da Igreja e da participação popular (SERRA, 2009). Essa festa passou a ser realizada apenas para um número pequeno de devotos, até que recentemente voltou com muita força, sendo hoje não só a abertura do ciclo, mas uma de suas festas mais importantes. Elas têm um sentido de abrangência que é dado pelo seu caráter migratório, percorrendo largos e igrejas de toda a cidade

O sincretismo como expressão cultural das festas populares
A Festa da Conceição da Praia
A Festa da Lavagem do Bomfim
A Festa de Iemanjá
O Carnaval de Salvador
A dinâmica identitária como prática de gestão de festas populares
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