Abstract

No presente estudo foram descritos o padrão fenológico, biologia floral, visitantes florais mais freqüentes e taxa de formação de frutos de Psychotria brachypoda, em uma área de Floresta Atlântica. O padrão de floração foi anual e intermediário, ocorrendo entre agosto e janeiro. A produção de frutos maduros ocorreu de março a julho/2004 e de fevereiro a maio/2005. O comprimento e o diâmetro da corola das flores brevistilas foram maiores que das longistilas. Apesar de não ter havido hercogamia recíproca exata, houve sobreposição entre as alturas dos estigmas das flores longistilas com os estames das brevistilas e vice-versa. O néctar apresentou maior concentração média de açúcares às 06:30 h (33%) e menor às 14:30 h (26%). Flores cujo néctar foi coletado ao longo do dia produziram em média três vezes mais néctar que as flores que tiveram o néctar coletado apenas no final do dia. Foram encontrados 24 indivíduos brevistilos e 25 longistilos, indicando que a população é isoplética. Os principais visitantes florais foram machos e fêmeas do beija-flor Thalurania glaucopis, abelhas da tribo Trigonini e do gênero Euglossa, três espécies de lepidópteros, um díptero e um coleóptero. Houve formação de frutos verdes em 13,3% do total de flores marcadas e a taxa de produção de frutos foi similar entre os morfotipos florais. É provável que o principal polinizador de P. brachypoda seja o beija-flor T. glaucopis porque ele visita com freqüência muitas flores de diferentes indivíduos, provavelmente transferindo pólen entre eles.

Highlights

  • Espera-se que a reciprocidade na altura de estigma e anteras de um morfo em relação ao outro favoreça a ocorrência de polinização cruzada e diminua os cruzamentos entre morfos iguais (Ganders 1979; Barret et al 2000)

  • Estudos com plantas distílicas indicam que há um fluxo assimétrico de pólen entre os morfotipos florais (Ganders 1979; Stone 1996; Lau & Bosque 2003) que pode favorecer a formação de frutos em flores brevistilas (Teixeira & Machado 2004; Ornelas et al 2004) ou longistilas (Monteiro et al 1991; Pailler & Thompson 1997)

  • Fenologia de Rubiaceae do sub-bosque em Floresta Atlântica no sudeste do Brasil

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Summary

Material e métodos

O estudo foi realizado ao longo de uma trilha com 800 m de comprimento, com alcance visual de 5 m para cada lado, em uma área pouco perturbada de Floresta Atlântica, próxima à Vila Dois Rios, Ilha Grande, Rio de Janeiro (23o10’S e 44o12’O), Brasil. Para o estudo da morfologia floral de P. brachypoda foram medidos o comprimento e o diâmetro da corola, a altura máxima dos estames e do estigma de 44 flores longistilas e 37 brevistilas, utilizando-se paquímetro (± 0,1 mm). A sua atividade positivamente relacionada com a produção de néctar, sendo o número de visitas realizadas por estas abelhas uma função do volume de néctar produzido pelas flores amostradas ao longo do dia (Y = 13,51 + 1,92X; r2 = 0,973; p = 0,0002; n = 6). Machos e fêmeas de T. glaucopis realizaram visitas legítimas, ao longo do dia (Tab.1), contatando os estames e estigma das flores com o bico e visitaram dez indivíduos de P. brachypoda dentre os 12 amostrados. As abelhas da tribo Trigonini foram os únicos visitantes florais que tiveram

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