Abstract

Trata-se de uma reflexão ético-político que problematiza a forma em que a noção de povo é trabalhada ao interior de dois campos que se articulam epistemológica e politicamente como são a Agroecologia e a Educação do Campo. O deslocamento para o campo dos estudos culturais leva-nos a extrair possíveis consequências para os processos de (trans)formação humana na educação do/no campo e na agroecopedagogia. De tal forma, enveredamos por uma problematização transversal de povo, que constitui a superficialidade e as camadas dos movimento mencionados. Para tal fim, fazemos uso de categorias desenvolvidas pelo pensador argentino Ernesto Laclau. Nossa arguição é uma tentativa de estabelecer um dialogo entre a epistemologia da educação popular conetada com a dimensão ontológica para desnaturalizar as identidades e os limites transformadores que são outorgadas às identidades emancipatórias. Assim, ao privilegiar uma ontologia política da estrutura social como constituída por relações de poder, podemos enviesar a questão da contra-hegemonia tanto para a Agroecologia e a Educação do Campo por dois caminhos, um da produção e outro da não-produção recuperando assim o pensamento utópico do ostracismo ao qual foi condenando; igualmente pensamos que esta discussão sobre o vazio da realidade, da totalidade, das demandas e do sujeito possibilitam uma educação contra-hegemônica não necessariamente vinculada a uma emancipação imanente seja do sujeito ou do meio, mas pela constituição dos discursos atrelados a um cuidado de si, no qual uma formação transdisciplinar sustentada nas inquietações espirituais são uma demanda para a formação nos cursos de Agroecologia e de Educação do Campo.

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