Abstract

The article’s main objective is to contribute to a better understanding of the concept of stabilisation, in both academic and policy terms, by analysing theoutcomes of counterinsurgency and support to peace operations in the Sahel by regional, continental, and extra-continentalactors. It addresses the problematic associated with the so-called ‘intervention traffic jam’ resulting from numerous external initiativesin the political process and conflict dynamics of Sahelian countries, with focus on central and northern Mali and its borderlands. The external interventions entered a new phase of the so-called liberal peace project when, in the 2000s, peacekeeping modalities evolved into integrated or multidimensional missions, as well as into a normative framework for statebuilding. Furthermore, interventions in the Sahel reflect a return to stabilisation in the early 2010s – a concept that emerges as an alternative to the peacebuilding-statebuilding nexus which dominated the previous decade. Despite the numerous stabilisation efforts, there are recurrent episodes of extreme violence in the ethnically diverse central Mali, along with increased insecurity in neighbouring Burkina Faso and Niger. The insurgency phenomena in the border areas between Niger, Mali, and Burkina Faso (Liptako-Gourma) is often not only directly linked to the association between the expansion of Salafi-Jihadist movements and the Malian political crisis of 2012, but also to the weak state presence in large regions in the SaharaSahel and the challenges posed by ethnic pluralism.The article concludes by emphasising the lack of integration of stabilisation responses into a political approach considering different governance strategies. It also stresses the need to prioritise the restoration of the state’s legitimate authority despite the achievement of a modus vivendi in the country’s northern region.

Highlights

  • O artigo aborda a problemática associada ao chamado "engarrafamento de intervenção"[1], resultante de numerosas iniciativas externas, nomeadamente sob a forma de intervenções militares e de apoio à paz, que estão a ser implementadas no Sahel desde a crise político-militar maliana de 2012

  • Todas as entrevistas foram realizadas ao abrigo da Regra da Casa Chatham, pelo que não são fornecidas referências diretas a indivíduos que participaram a título pessoal no texto

  • Os esforços de estabilização destinam-se a apoiar os estados em conflito – em diferentes fases – e consistem frequentemente em processos em que os atores militares apoiam processos liderados por civis, que podem ser traduzidos tanto em operações de apoio à paz como em operações de contrainsurgência (Curran & Holtom, 2015: 3, Mac Ginty, 2012)[3]

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Summary

Conceptualização da estabilização

Os esforços de estabilização destinam-se a apoiar os estados em conflito – em diferentes fases – e consistem frequentemente em processos em que os atores militares apoiam processos liderados por civis, que podem ser traduzidos tanto em operações de apoio à paz como em operações de contrainsurgência (Curran & Holtom, 2015: 3, Mac Ginty, 2012)[3]. A maioria das intervenções implica apoio ao processo de reforma do sector da segurança (RSS), que constitui uma componente fundamental da construção estatal promovida por atores externos, como a UE, a ONU e os EUA. Há uma mudança progressiva das intervenções que são baseadas em fins ou orientadas para objetivos, centradas em instituições formais do estado, para uma abordagem social sistémica menos linear, incluindo formas híbridas de paz e práticas quotidianas (Chandler, 2017: 143-210; Mac Ginty, 2010, 2011). Encontra-se atualmente num impasse entre dois quadros contraditórios, ou seja, entre o compromisso com o estado de direito como principal princípio da RSS – abordagem liberal – e a sua inserção na atual "viragem local" nos estudos de paz e conflitos como condição para uma paz sustentável – abordagem pós-liberal (Donais & Barbak, 2021: 3-5). Apesar do investimento significativo no sector, do ponto de vista de uma escola híbrida, a abordagem ortodoxa (liberal) é bastante centrada no estado, ignorando as dinâmicas locais (Sedra, 2013: 2019-222)

Provas do Mali e das suas terras fronteiriças
Da recessão do estado maliano ao seu colapso parcial
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