Abstract

O censo agropecuário 1995-96 é utilizado para estudar os fatores responsáveis pelas diferenças na pobreza entre os estabelecimentos agrícolas no Brasil. As diferenças entre as regiões e as seguintes dicotomias são analisadas: proprietários/não proprietários; familiares/não familiares; intensivos em insumos/não intensivos; com/sem máquinas. O artigo utiliza uma metodologia semiparamétrica. Primeiro, uma função fronteira estocástica de lucro é estimada. Em seguida, simulações não paramétricas contrafactuais são utilizadas para identificar os fatores que explicam as diferenças em pobreza. Os fatores incluem o tamanho da propriedade, o trabalho familiar, a lucratividade e as variáveis utilizadas para explicar a lucratividade no modelo de fronteira estocástica. O artigo conclui que a falta de terra e os baixos níveis de produtividade são importantes motivos para a pobreza entre produtores agrícolas. É improvável que qualquer um deles isoladamente possa solucionar o problema da pobreza. As diferenças em "eficiência" - capturadas pelo termo de erro na função fronteira de lucro - são importantes para explicar as diferenças entre os pobres e os não pobres, mas não para as demais dicotomias estudadas. Isto sugere que os fatores não observáveis - como restrições ou falhas de mercado - são importantes para explicar a pobreza entre produtores agrícolas no Brasil.

Highlights

  • A pobreza rural, a pobreza entre pessoas que trabalham na agricultura, e a pobreza entre os produtores agrícolas são correlacionadas no espaço

  • The 1995-96 agricultural census is used to explore factors that account for differences in poverty among agricultural establishments in Brazil

  • The paper concludes that lack of land and low levels of productivity are both important reasons for poverty among agricultural producers

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Summary

Introdução

A pobreza rural, a pobreza entre pessoas que trabalham na agricultura, e a pobreza entre os produtores agrícolas são correlacionadas no espaço. As simulações contrafactuais são utilizadas para identificar os fatores que determinam as diferenças de pobreza entre as regiões, dentro de cada macrorregião, e entre grupos em uma dada região. Para estudar a pobreza entre os produtores, os microdados do Censo Agropecuário de 1995-966 numa extensão ao trabalho de Moreira, Helfand e produtor, onde se processasse uma exploração agropecuária, ou seja: o cultivo do solo com culturas permanentes e temporárias, inclusive hortaliças e flores; a criação, recriação ou engorda de animais de grande e médio porte; a criação de pequenos animais; a silvicultura ou o reflorestamento; e a extração de produtos vegetais”. O censo é uma fonte de informações muito rica para se estudar as rendas agrícolas dos produtores porque tem informações sobre produção, uso de insumos e práticas agrícolas. Finalmente, a metodologia de simulação utilizada neste artigo é inovadora no contexto da agricultura brasileira, visto que provê uma valiosa ferramenta para estudo das fontes de pobreza, e pode ser aplicada a outras bases de microdados no Brasil. A quinta seção discute os resultados, e a sexta seção traz as conclusões do artigo

O que o Censo Agropecuário pode adicionar aos estudos de pobreza?
Motivação e estatísticas descritivas
Metodologia
Efeito das Variações das Distribuições
Resultados
Explicando a Diferença de PobrezaRA entre Regiões
Explicando a PobrezaRA dentro das Regiões
Clivagem dos Produtores e PobrezaRA
Conclusão
Referências Bibliográficas
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