Abstract

Este artigo apresenta interpretações sobre experiências docentes no Brasil na primeira metade do século XIX. Trabalhamos com a hipótese de que a aprendizagem do ofício no âmbito familiar foi uma importante via de reprodução da docência e de que houve investimento das famílias em transmitir, aos seus membros, esta herança imaterial e favorecer a inserção ao corpo docente, sobretudo público. Nossa interpretação é tecida a partir de procedimentos metodológicos da micro-história e dos alertas analíticos do campo da cultura material escolar. O cerne das fontes é constituído por ofícios e mapas de frequência, remetidos pelos professores à inspetoria da instrução pública, pela legislação educacional do período e por livros de memórias de localidades. As experiências docentes das famílias estudadas permitem analisar diferentes dimensões da inserção dos sujeitos no magistério e a percepção de que o magistério tem, na família, uma ambiência favorável, e, mais do que isso, autorizada e legítima de reprodução do ofício, reverberando na legislação educacional do período.

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